Reeleito, Zema diz que 'muito provavelmente' vai apoiar Bolsonaro no 2º turno
Zema criticou as gestões passadas de governos petistas, em Minas Gerais sob Fernando Pimentel, e da ex-presidente Dilma Rousseff para justificar sua escolha de votar em Bolsonaro
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de outubro de 2022 às 20h46.
Governador reeleito de Minas Gerais no primeiro turno com mais de 6 milhões de votos, Romeu Zema (Novo) voltou a criticar o PT e afirmou nesta segunda-feira, 3, que "muito provavelmente" v ai apoiar Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da disputa presidencial entre o atual presidente e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Zema criticou as gestões passadas de governos petistas, em Minas Gerais sob Fernando Pimentel, e da ex-presidente Dilma Rousseff para justificar sua escolha de votar em Bolsonaro. O apoio ainda não é formal, mas, segundo governador de Minas, as conversas estão adiantadas e a decisão sairá em mais "um ou dois dias".
"Sabemos que no passado o PT em Minas Gerais foi uma grande tragédia, foi uma das gestões mais desastrosas que o Estado já teve. Como sou mineiro e senti na pele esse desastre, de 2015 a 2018, tenho obrigação de combater um governo que já causou danos enormes", disse Zema em entrevista à CNN Brasil.
"Eu venho do setor privado e sei mais do que ninguém o desastre que o PT provocou em 2015 e 2016 com mais de 10 milhões de desempregados", reforçou o empresário, que entrou na política em 2018.
Zema ressaltou que seu principal objetivo é "combater o PT" e, apesar de não estar 100% alinhado ao presidente, quer evitar "que o desastre do passado se repita". "Não que eu concorde totalmente com as pautas do governo federal, mas estarei, muito provavelmente, ao lado do presidente Bolsonaro. O brasileiro que tem a memória boa sabe que o governo Dilma foi uma tragédia, com a maior recessão e inflação da história".
O governador mineiro, principal nome do Novo, fará campanha a Bolsonaro a despeito de alguns comportamentos com os quais diz não concordar. Questionado sobre a cruzada de Bolsonaro contra o sistema eleitoral e os ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ele reconheceu que o presidente "às vezes exagera na eloquência" e "vai para o lado da agressividade". No entanto, o que Zema diz mais temer é o PT, que "age na surdina".
Desse modo, Lula fica sem palanque para o segundo turno em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do País. No primeiro turno, o petista foi o presidenciável mais votado no Estado, com 5.802.571 de votos (48,29%), resultado bastante similar ao nacional. Bolsonaro recebeu 5.239.264 de votos (43,60%).
Como mostrou o Estadão, Zema evitou se envolver na disputa nacional durante a sua campanha, enquanto seu adversário, Alexandre Kalil (PSD) adotou outra estratégia e colou a sua imagem a Lula. O palanque formal de Bolsonaro no Estado era Carlos Viana (PL), mas o chefe do Executivo flertou com Zema em declarações. Disse, por exemplo, em live no fim de setembro, que o governador do Novo fez um "bom trabalho".
Logo após a definição de segundo turno, Bolsonaro disse que conversaria com Zema.
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