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Procurador da Justiça recomenda suspensão do futebol em São Paulo

Mario Sarrubbo cita avanço de casos, internações e mortes por covid-19 e argumenta que interrupção de eventos coletivos esportivos e religiosos é "imprescindível"

Futebol: Mario Sarrubbo cita avanço de casos, internações e mortes por covid-19 (Amanda Perobelli/Reuters)

Futebol: Mario Sarrubbo cita avanço de casos, internações e mortes por covid-19 (Amanda Perobelli/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 9 de março de 2021 às 17h50.

Última atualização em 9 de março de 2021 às 17h56.

O procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Mario Sarrubbo, recomendou ao governo paulista a suspensão de eventos esportivos, inclusive partidas de futebol, na fase vermelha do Plano São Paulo. Mais restritiva, a fase autoriza somente o funcionamento de serviços essenciais, visando conter o avanço do novo coronavírus (covid 19).

Segundo nota divulgada pelo MP, a recomendação foi assinada nesta terça-feira, 9, será publicada no Diário Oficial de quarta-feira, 10 e ainda inclui "cultos, missas e demais atividades religiosas de caráter coletivo" entre os eventos a ser suspensos. Para entrar em vigência, ela precisa ser referendada pelo governador João Doria ou pela Justiça.

O governo estadual ainda não se pronunciou. No dia 3 de março, quando anunciou que o estado seria inserido na fase vermelha a partir do dia 6, o Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo informou que o futebol não precisaria ser interrompido e seguiria o modelo adotado na Europa, onde vários países decretaram lockdown, mas mantiveram as atividades esportivas sem presença de público.

Em nota, a Federação Paulista de Futebol (FPF) manifestou contrariedade à paralisação dos jogos de futebol no estado de São Paulo. Segundo a organização, o futebol retomou suas atividades "seguindo um rigoroso protocolo de saúde, elaborado pelos médicos de todos os clubes e pelo Comitê Médico da FPF". 

A Federação reiterou que "não há qualquer argumento científico que sustente a tese de que o futebol profissional gere aumento no número de casos", mesmo com os recentes acontecimentos de times, como o Corinthians, que registrou mais de 14 casos positivos de covid-19 dentro da equipe. Desde o início da pandemia, foram registradas pelo menos dez mortes de profissionais que trabalham diretamente com o futebol de alto rendimento no Brasil.

Além do futebol, São Paulo recebe competições de outras modalidades. Caso das Superligas Masculina e Feminina de vôlei, que iniciam nesta semana o mata-mata; do Novo Basquete Brasil (NBB), que tem cinco dos sete ginásios-sede do segundo turno situados no estado; e da Liga de Basquete Feminino (LBF), onde cinco dos oito participantes são clubes paulistas.

Na recomendação, de acordo com a nota do MP, Sarrubbo afirma que "o recrudescimento da situação causada pela covid-19, com o aumento do número diário de pessoas infectadas, de internações e de mortes" torna "imprescindível" a suspensão das atividades esportivas. Ainda segundo o comunicado, os médicos que integram o gabinete de crise da Procuradoria-Geral de Justiça alertaram para a taxa de ocupação de leitos das unidades de terapia intensiva (UTIs) no estado e "o maior índice de transmissibilidade das novas cepas do coronavírus".

Na segunda-feira, 8, o governo paulista registrou que a taxa de ocupação das UTIs está em 80% no estado e em 81,2% na Grande São Paulo. O total de pacientes internados por causa da covid-19 é de quase 20.000, sendo 11.000 em enfermaria e 8.600 nas unidades de terapia intensiva.

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