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Plano Condor queria eliminar Jango, diz seu filho

João Vicente Goulart destaca que as ditaduras proibiram a autópsia de seu corpo

João Goulart: ex-presidente deposto pelo golpe de Estado de 1964 e morto em circunstâncias não esclarecidas em 1976 (Dick DeMarsico/Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2014 às 21h39.

Brasília - João Vicente Goulart, filho do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe de Estado de 1964 e morto em circunstâncias não esclarecidas em 1976, disse que seu pai estava na mira do Plano Condor, o que corrobora para a hipótese de que foi assassinado.

"O [Plano] Condor queria eliminar meu pai, existem documento suficientes, que foram descobertos ao longo de décadas, e testemunhos, e até nossa experiência como familiares, o que permite assegurar isso", disse, em entrevista à ANSA. O corpo de João Belchior Goulart, que era conhecido como Jango, será exumado na próxima semana e posteriormente traslado a Brasília no âmbito de uma investigação da Comissão Nacional da Verdade (CNV). "O envenenamento é uma hipótese plausível, é baseada em vários elementos", acrescentou.

"Eu me encontrava no exterior no dia de sua morte, em 6 de dezembro de 1976, porque ele nos havia enviado, eu e minha irmã, para estudar fora porque corríamos perigo na Argentina, seu escritório na rua Corrientes, em Buenos Aires, havia sido invadido", explicou. Como presidente do Instituto João Goulart, João Vicente assumiu o papel de porta-voz da família.

A certidão de óbito do ex-presidente não dá nenhum detalhe sobre seu falecimento em sua estância na região de Mercedes, cujo motivo alegado foi uma parada cardíaca.

"Tudo que rodeia a morte de Jango é duvidoso, como explicar que ninguém permitiu que fosse feita uma autópsia, nem na Argentina, onde governava o ditador [Jorge] Videla, nem no Brasil, onde estava seu colega [Ernesto] Geisel? Essas decisões são tomadas desde cima, o que é muito chamativo", apontou.

João Vicente viajará na próxima quarta-feira a São Borja, no Rio Grande do Sul, onde estão enterrados os restos do ex-líder.

"Depois de 37 anos de uma morte duvidosa, ou muito duvidosa, a exumação do corpo de meu pai pode nos ajudar a se aproximar da verdade, isso quer dizer que nos permite ter uma esperança e quero dizer, por outro lado, que estamos conscientes de que os testes podem falhar", concluiu.

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"O [Plano] Condor queria eliminar meu pai, existem documento suficientes, que foram descobertos ao longo de décadas, e testemunhos, e até nossa experiência como familiares, o que permite assegurar isso", disse, em entrevista à ANSA. O corpo de João Belchior Goulart, que era conhecido como Jango, será exumado na próxima semana e posteriormente traslado a Brasília no âmbito de uma investigação da Comissão Nacional da Verdade (CNV). "O envenenamento é uma hipótese plausível, é baseada em vários elementos", acrescentou.

"Eu me encontrava no exterior no dia de sua morte, em 6 de dezembro de 1976, porque ele nos havia enviado, eu e minha irmã, para estudar fora porque corríamos perigo na Argentina, seu escritório na rua Corrientes, em Buenos Aires, havia sido invadido", explicou. Como presidente do Instituto João Goulart, João Vicente assumiu o papel de porta-voz da família.

A certidão de óbito do ex-presidente não dá nenhum detalhe sobre seu falecimento em sua estância na região de Mercedes, cujo motivo alegado foi uma parada cardíaca.

"Tudo que rodeia a morte de Jango é duvidoso, como explicar que ninguém permitiu que fosse feita uma autópsia, nem na Argentina, onde governava o ditador [Jorge] Videla, nem no Brasil, onde estava seu colega [Ernesto] Geisel? Essas decisões são tomadas desde cima, o que é muito chamativo", apontou.

João Vicente viajará na próxima quarta-feira a São Borja, no Rio Grande do Sul, onde estão enterrados os restos do ex-líder.

"Depois de 37 anos de uma morte duvidosa, ou muito duvidosa, a exumação do corpo de meu pai pode nos ajudar a se aproximar da verdade, isso quer dizer que nos permite ter uma esperança e quero dizer, por outro lado, que estamos conscientes de que os testes podem falhar", concluiu.

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