Operação prende grupo que falsificava produtos capilares
As mercadorias apresentavam substâncias nocivas à saúde e em concentração vedada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de julho de 2017 às 17h47.
Última atualização em 5 de julho de 2017 às 17h47.
São Paulo - O Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE-SP) e a Polícia Civil realizam nesta quarta-feira, 5, uma operação para prender uma quadrilha especializada em falsificar cosméticos e produtos capilares das marcas L'Oréal, Silicon Mix e Revlon.
Segundo as investigações, as mercadorias apresentavam substâncias nocivas à saúde e em concentração vedada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Um dos cosméticos apreendidos, por exemplo, tinha concentração de 6% de formol.
Batizada de Reparação Absoluta, a operação cumpre 20 mandados de prisão temporária e cinco de condução coercitiva, além de buscas e apreensões em 50 endereços da capital e de Franca, Sertãozinho, Leme e Bariri, no interior paulista.
De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do MP em Franca, a organização criminosa era composta por 25 pessoas e atuava havia quatro anos.
A promotoria estima que o grupo faturasse R$ 120 mil por mês com a venda de produtos falsificados e que tenha arrecadado cerca de R$ 6 milhões em todo o período.
"Somente em vendas realizadas pela internet no período entre julho de 2015 até a presente data, foi apurado que a organização criminosa movimentou R$ 1,4 milhão, fazendo vítimas em todo o território brasileiro", afirmou, em nota, o MP.
Até o início da tarde desta quarta-feira, o operação já havia apreendido mercadorias estimadas no valor de R$ 500 mil em um dos depósitos usados pela quadrilha.
A PHS do Brasil, responsável pela comercialização dos produtos importados da marca Silicon Mix, alertou para os riscos à saúde de mercadorias de origem desconhecida e ressaltou que o selo da Anvisa na embalagem é a única garantia do consumidor sobre a procedência do produto.
Já a L'Oréal afirmou que não comenta operações policiais ou ações em curso na Justiça, mas que apoia todos os esforços das autoridades para buscar indícios de pirataria e combatê-la.
"A prioridade número um da L'Oréal é a segurança dos nossos clientes", disse a empresa, em nota. Procurada, a Revlon não havia se manifestado até a publicação desta matéria.