Novo partido Podemos usa estratégia internacional para se firmar
ÀS SETE - Com o discurso de "defender as causas da população", o novo partido reproduz estratégias de países como a Espanha para conquistar eleitores
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2017 às 06h40.
Última atualização em 7 de fevereiro de 2018 às 18h38.
Está marcado para as 10h deste sábado, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília , o lançamento do partido político Podemos . Originado no Partido Trabalhista Nacional (PTN), a sigla buscou uma nova cara para tentar conectar-se melhor à população em um momento de descrédito da classe política.
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Em uma aposta que vem dando certo em outros países, sobretudo na Espanha, o Podemos se define como um partido de centro – sem pautas da direita ou da esquerda – que pretende “defender as causas da população”.
Dentre as novas filiações de destaque estão os senadores Álvaro Dias e Romário, conforme EXAME Hoje noticiou em maio. Ex-tucano e até agora no PV, Dias pretende disputar a presidência da República em 2018.
Já Romário, que deixa o PSB depois de diversos desentendimentos e será o presidente do partido no Rio de Janeiro, deve concorrer ao governo do Rio de Janeiro ano que vem.
Além dos dois, o partido vai tentar trazer nomes que ajudem a puxar votos nos estados — um partido com nome novo, mas táticas antigas, portanto. Em um vídeo postado em sua página do Facebook na quinta, Dias apresentou Marcelinho Carioca como novo filiado.
O PTN elegeu quatro parlamentares em 2014, mas aumentou sua base e estava com 13 deputados e nenhum senador no momento.
Esse número vai mudar após as filiações que devem acontecer nas próximas semanas. O partido foi o primeiro a sair da base aliada do presidente Michel Temer após a divulgação das delações premiadas de executivos do Grupo J&F. A decisão já estava tomada, mas foi acelerada pelos acontecimentos do dia.
O PTN tem história na política brasileira. Criado em 1945, a sigla chegou a ter um presidente, Jânio Quadros, eleito em 1960. Extinto pela ditadura militar, foi refundado em 1995 e desde então é comandado pela família de Renata: primeiro pelo tio, Dorival de Abreu, depois pelo pai, José de Abreu, ambos ex-deputados.
Agora, a ideia é agarrar-se em pautas populares – o fim do foro privilegiado, por exemplo, que é um projeto de Álvaro Dias – para dar uma roupa nova ao antigo partido.