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Nove militares que mataram músico e catador a tiros no Rio são soltos

Por maioria de votos, os ministros do Superior Tribunal Militar decidiram libertar o pelotão; militares teriam confundido o carro de Evaldo dos Santos

Evaldo Rosa: músico teve seu carro alvejado com 80 disparos por militares (Sergio Moraes/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de maio de 2019 às 12h00.

São Paulo — Os nove militares presos pela morte do músico Evaldo dos Santos Rosa e do catador de materiais recicláveis Luciano Macedo foram soltos nesta sexta-feira, 24, no Rio . Por maioria de votos, os ministros do Superior Tribunal Militar decidiram na quinta-feira, 23, libertar o pelotão.

O julgamento havia sido interrompido em 8 de maio por um pedido de vista e foi retomado na tarde de quinta. O STM é composto por 15 ministros, mas 14 julgaram o caso. O presidente não votou.

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Do total, 11 ministros votaram pela soltura dos militares. A ministra Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha deu o único voto contra a liberdade do grupo.

Relembre o caso

Evaldo Rosa dirigia seu carro, um Ford Ka sedan branco, rumo a um chá de bebê, e transportava a mulher, um filho, o sogro e uma adolescente. Ao passar por uma patrulha do Exército na Estrada do Camboatá, o veículo foi alvejado com 80 disparos pelos militares. O motorista morreu no local. O sogro ficou ferido, mas sobreviveu. O catador Luciano Macedo, que passava a pé pelo local e tentou ajudar a família, também foi atingido e morreu dias depois.

Inicialmente, o Comando Militar do Leste (CML) emitiu nota dizendo que a ação havia sido uma resposta a um assalto e sugeriu que os militares haviam sido alvo de uma "agressão" por parte dos ocupantes do carro. A família contestou a versão e só então o Exército recuou e mandou prender dez dos 12 militares envolvidos na ação. Um deles foi solto após alegar que não fez nenhum disparo.

Os militares teriam confundido o carro do músico com o de criminosos que, minutos antes, havia praticado um assalto perto dali. Esse crime foi flagrado por uma patrulha do Exército. Havia sido roubado um carro da mesma cor, mas de outra marca e modelo - um Honda City.

Foram presos o tenente Ítalo da Silva Nunes Romualdo, o sargento Fábio Henrique Souza Braz da Silva e soldados Gabriel Christian Honorato, Matheus Santanna Claudino, Marlon Conceição da Silva, João Lucas da Costa Gonçalo, Leonardo Oliveira de Souza, Gabriel da Silva de Barros Lins e Vítor Borges de Oliveira. Todos atuam no 1º Batalhão de Infantaria Motorizado, na Vila Militar, na zona oeste do Rio.

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