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Novas tecnologias elevam a segurança e fazem aeronaves voarem mais próximas

Especialistas dizem que redução da distância entre as rotas aéreas só foi possível por causa do investimento no controle de voos

Maior precisão do mapeamento aéreo nacional possibilita aviões voarem mais perto (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2011 às 10h40.

Uma mudança anunciada na tarde da última sexta-feira pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) gerou preocupação: a distância entre as aerovias (espécie de estradas aéreas) foi reduzida de dez milhas para cinco milhas nas rotas de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

Embora a redução possa causar apreensão entre os passageiros, especialistas ouvidos por VEJA garantem que a mudança aumenta a segurança. A modificação está em vigor desde o início de novembro e expandiu em 47% a capacidade do espaço aéreo afetado. A adaptação faz parte do pacote de medidas colocadas em prática pelo governo para tentar evitar os costumeiros problemas nos aeroportos nesta época do ano - embora o governo negue o óbvio: 'Não há caos aéreo", disse o ministro da Aviação Civil. Os novos procedimento vão ser estendidos para as regiões Norte e Nordeste até março.

A menor distância entre as rotas aéreas foi possível por causa de investimentos num setor que foi durante muito tempo negligenciado. Jorge Luiz Barros, especialista em segurança de vôo do Nvtec Institute, conta que, recentemente, o Decea adquiriu novos e mais precisos radares e aumentou o número de controladores por aerovias para melhorar o mapeamento do espaço aéreo.


“A precisão que esse novo mapeamento trouxe possibilitou às aeronaves voarem a uma distância menor e aumentou o número de aerovias”, afirma Barros. “As aeronaves voarem a uma distância de cinco milhas significa que o sistema aéreo brasileiro está mais seguro”, completa.

ADS

O técnico em segurança de voo do Sindicato das Empresas Aéreas Ronaldo Jenkins diz que as modificações foram feitas dentro de todas as normas de segurança. “Há outros lugares do mundo, como os EUA, que voam a uma distância de três milhas”, explica. A inovação faz parte de um plano da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, da sigla em inglês), lançado em 2003, para melhorar a segurança nos voos e resolver um problema existente em todos os países do mundo: o excesso de aeronaves.

Entre as inovações programadas até 2020, quando expira o prazo sugerido pela ICAO, está o sistema de mapeamento ADS, que substituirá os radares. “É o futuro”, diz Jenkins. “O ADS traz uma visualização muito mais completa e precisa do que os radares.”

Segundo Barros, os radares são imprecisos porque eles encontram barreiras físicas, como montanhas, para precisar a localização da aeronave. Os melhores radares têm um alcance máximo de 100 quilômetros e apresentam dificuldades no espaço aéreo inferior - abaixo dos 25 mil pés de altitude-, ou seja, antes do piloto atingir a velocidade de cruzeiro.

No sistema ADS, explica Barros, a própria aeronave transmite para os controladores de tráfego um pacote de informações como localização e velocidade. A chance de erro, continua, é quase nula. No Brasil, essa nova tecnologia está em fase de testes no Rio de Janeiro.

Entre as outras mudanças exigidas pela ICAO está a comunicação por mensagem de texto entre piloto e torre de controle. “O comandante não fica ouvindo as conversar dos outros pilotos com o controlador”, explica Jenkins. “Aumentando a concentração e a segurança no voo”.

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Uma mudança anunciada na tarde da última sexta-feira pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) gerou preocupação: a distância entre as aerovias (espécie de estradas aéreas) foi reduzida de dez milhas para cinco milhas nas rotas de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

Embora a redução possa causar apreensão entre os passageiros, especialistas ouvidos por VEJA garantem que a mudança aumenta a segurança. A modificação está em vigor desde o início de novembro e expandiu em 47% a capacidade do espaço aéreo afetado. A adaptação faz parte do pacote de medidas colocadas em prática pelo governo para tentar evitar os costumeiros problemas nos aeroportos nesta época do ano - embora o governo negue o óbvio: 'Não há caos aéreo", disse o ministro da Aviação Civil. Os novos procedimento vão ser estendidos para as regiões Norte e Nordeste até março.

A menor distância entre as rotas aéreas foi possível por causa de investimentos num setor que foi durante muito tempo negligenciado. Jorge Luiz Barros, especialista em segurança de vôo do Nvtec Institute, conta que, recentemente, o Decea adquiriu novos e mais precisos radares e aumentou o número de controladores por aerovias para melhorar o mapeamento do espaço aéreo.


“A precisão que esse novo mapeamento trouxe possibilitou às aeronaves voarem a uma distância menor e aumentou o número de aerovias”, afirma Barros. “As aeronaves voarem a uma distância de cinco milhas significa que o sistema aéreo brasileiro está mais seguro”, completa.

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O técnico em segurança de voo do Sindicato das Empresas Aéreas Ronaldo Jenkins diz que as modificações foram feitas dentro de todas as normas de segurança. “Há outros lugares do mundo, como os EUA, que voam a uma distância de três milhas”, explica. A inovação faz parte de um plano da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, da sigla em inglês), lançado em 2003, para melhorar a segurança nos voos e resolver um problema existente em todos os países do mundo: o excesso de aeronaves.

Entre as inovações programadas até 2020, quando expira o prazo sugerido pela ICAO, está o sistema de mapeamento ADS, que substituirá os radares. “É o futuro”, diz Jenkins. “O ADS traz uma visualização muito mais completa e precisa do que os radares.”

Segundo Barros, os radares são imprecisos porque eles encontram barreiras físicas, como montanhas, para precisar a localização da aeronave. Os melhores radares têm um alcance máximo de 100 quilômetros e apresentam dificuldades no espaço aéreo inferior - abaixo dos 25 mil pés de altitude-, ou seja, antes do piloto atingir a velocidade de cruzeiro.

No sistema ADS, explica Barros, a própria aeronave transmite para os controladores de tráfego um pacote de informações como localização e velocidade. A chance de erro, continua, é quase nula. No Brasil, essa nova tecnologia está em fase de testes no Rio de Janeiro.

Entre as outras mudanças exigidas pela ICAO está a comunicação por mensagem de texto entre piloto e torre de controle. “O comandante não fica ouvindo as conversar dos outros pilotos com o controlador”, explica Jenkins. “Aumentando a concentração e a segurança no voo”.

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