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Na CCJ, Maluf acusa Janot de fazer "terrorismo" contra economia

O deputado acusou o ex-procurador de fazer "terrorismo" contra a economia ao pedir a abertura de uma nova investigação contra o presidente Michel Temer

Maluf: "O mal que ele fez à economia com acusações falsas, acho que não paga porque isso não volta" (Fabio Pozzebom/ABr/Agência Brasil)

Maluf: "O mal que ele fez à economia com acusações falsas, acho que não paga porque isso não volta" (Fabio Pozzebom/ABr/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de outubro de 2017 às 16h37.

Brasília - Ferrenho defensor do presidente Michel Temer durante a votação da primeira denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o deputado Paulo Maluf (PP-SP) voltou a fazer uma defesa enfática do peemedebista nesta terça-feira, 17, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Em seu discurso durante a sessão de debates sobre a segunda denúncia, Maluf acusou o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de fazer "terrorismo" contra a economia brasileira ao pedir a abertura de nova investigação contra o peemedebista.

"O mal que ele fez à economia com acusações falsas, acho que não paga porque isso não volta", discursou.

Admitindo ser um homem polêmico e ressaltando que tem orgulho disso por dizer o que pensa, Maluf disse que conhece Temer há mais de 30 anos e que ele foi eleito por três vezes presidente da Câmara porque seus colegas reconheceram nele "valores que o dignificam".

Membro da CCJ, Maluf lembrou que já presidiu seu partido e que, assim como Temer pediu recursos para o então candidato à prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, ele também o fez em outras campanhas. "Eu pedi e Michel Temer também", declarou.

Em uma clara provocação aos petistas, Maluf lembrou que apoiou a candidatura de Fernando Haddad para a prefeitura paulistana e que, na ocasião, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi almoçar em sua casa para pedir apoio ao candidato petista em 2012.

Maluf pregou que se espere o término do mandato de Temer e afirmou que Procuradoria da República não é partido político.

"O que Janot fez de terrorismo em investimentos nacionais e estrangeiros no País não tem retorno", insistiu.

O deputado também enalteceu o trabalho do relator Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) e criticou os tucanos por terem condenado sua indicação para a função. "O relatório do colega Bonifácio é um primor", disse.

"Orcrim"

Autor de um dos votos em separado que pede a admissibilidade da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, o deputado Major Olímpio (SD-SP) subiu o tom na CCJ ao defender as investigações contra os governistas.

Para o deputado, o grupo se juntou em uma organização criminosa, que ele chamou de "Orcrim". "É o primeiro comando do Planalto mesmo, mais perverso que o PCC", disse.

Olímpio leu a carta de Temer enviada aos parlamentares e ironizou o conteúdo. O deputado chamou o presidente de "indecente e imoral".

"É a maior e mais perigosa quadrilha que existe no Brasil hoje. Aqui poucas lideranças do PCP (primeiro comando do Planalto) estão recolhidas, serão recolhidas, não tenho dúvida disso, o tempo vai mostrar", acrescentou.

O deputado disse ter como única esperança a pressão da opinião pública para reverter votos a favor da denúncia. "Aqui a carta está marcada", lamentou.

A sessão da CCJ foi interrompida para almoço dos parlamentares. Os trabalhos devem ser retomados por volta das 15h.

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