Ministro do TCU estuda divulgar balanço diário da covid-19
Diante do atraso do governo em publicar os números, o ministro cogita propor à corte que consolide e divulgue as informações até às 18 horas
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de junho de 2020 às 12h42.
Diante do atraso do governo em divulgar os números de pessoas contaminadas e mortas pelo novo coronavírus , o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, disse que cogita propor à corte de contas que consolide e divulgue os dados diariamente, até as 18 horas.
Desde quarta-feira, 04, os números têm sido disponibilizados pelo Ministério da Saúde perto das 22 horas.
Em sua conta na rede social Twitter, Dantas disse que vai fazer a sugestão aos ministros do tribunal. Caberia ao órgão coletar os dados junto a tribunais de contas estaduais e consolidar as informações.
Com as novas dificuldades para divulgar dados nacionais de infectados, curados e óbitos da covid-19, as instituições devem ajudar. "Cogito propor ao @TCUoficial e aos tribunais de contas estaduais que requisitemos e consolidemos dados estaduais para divulgação diária até 18 horas", disse em sua conta.
"A Constituição garante aos cidadãos a transparência das informações de interesse público. Se momentaneamente o governo federal tem dificuldades operacionais, cabe às demais instituições colaborar para que a sociedade não tenha o seu direito frustrado", afirmou Dantas ao Estadão.
Pelo quarto dia consecutivo, o Brasil registrou mais de 1.000 mortes em decorrência da covid-19. Nas últimas 24 horas, foram 1.005 óbitos, segundo o Ministério da Saúde. No mesmo intervalo, o país teve 30.830 casos confirmados da doença.
No boletim divulgado hoje, não há informações sobre os totais de mortes e casos diagnosticados. A plataforma do Ministério da Saúde sobre a covid-19 está "em manutenção".
Mais cedo, ao ser questionado sobre o atraso na divulgação de dados da doença, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que "acabou matéria no Jornal Nacional", da TV Globo, sobre a covid-19.
Bolsonaro não confirmou se é dele a ordem para que os dados, antes entregues por volta das 19 horas, sejam apresentados apenas perto das 22 horas. "Não interessa de quem partiu [a ordem]. Acho que é justa essa ideia da noite, sair o dado completamente consolidado", disse o presidente.