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Metalúrgicos fecham trecho da Rio-Santos por três horas

A manifestação foi contra a demissão de funcionários, que começou na semana passada pela Brasfels e que já demitiu 500 metalúrgicos


	BrasFels: com problemas financeiros desde que teve o nome envolvido na Lava Jato, a Sete Brasil não paga o estaleiro
 (Marcos DPaula/Agência Estado)

BrasFels: com problemas financeiros desde que teve o nome envolvido na Lava Jato, a Sete Brasil não paga o estaleiro (Marcos DPaula/Agência Estado)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 15h41.

Rio de Janeiro - Em ato público realizado na manhã de hoje (3), em Angra dos Reis, cerca de três mil metalúrgicos da Brasfels, segundo o sindicato da categoria, fecharam, por cerca de três horas, a Rodovia Rio-Santos, no trecho de chegada à cidade e também na entrada de acesso ao estaleiro, localizado no bairro de Jacuecanga.

A manifestação foi contra a demissão de funcionários, que começou na semana passada pela Brasfels e que já demitiu 500 metalúrgicos que trabalhavam na construção de cinco das seis sondas encomendadas pela companhia Sete Brasil à Brasfels.

As sondas seriam alocados pela Petrobras para serem utilizados na exploração de recursos do pré-sal, da Bacia de Santos.

Com problemas financeiros desde que teve o nome envolvido na Operação Lava Jato, a Sete Brasil não paga o estaleiro Brasfels, responsável pela construção das sondas, há 14 meses e a dívida já chega, segundo informações do Sindicato de Metalúrgicos de Angra dos Reis, a cerca de R$ 2 bilhões.

O salário dos cerca de 6,5 mil metalúrgicos utilizados na construção das sondas vinha sendo bancado pela Brasfels, ao longo de todo este período.

Como já não tinha mais como arcar com a folha de pagamento, que girava em torno de R$ 53 milhões por mês, o estaleiro do litoral sul fluminense deu início às primeiras 500 demissões e deverá, nos próximos dias, demitir mais 1,5 mil metalúrgicos.

O objetivo da manifestação, segundo informou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis, Manuel Vieira Salles é o de chamar a atenção do governo federal para a situação que vem ocorrendo na região e que deverá se agravar ainda mais com as novas demissões que estão previstas para os próximos dias.

“A situação dos metalúrgicos é grave e as demissões continuarão. Nas reuniões mantidas, no Rio e em Brasília, para discutir o problema, havia a sinalização de que a Sete Brasil pagaria a Brasfels, inicialmente, em janeiro. Depois [o pagamento] foi adiado para junho, depois outubro, novembro e agora, após a reunião da última quarta-feira, a solução do problema foi adiado para junho do próximo ano – o que sinaliza para novas demissões”, disse.

Salles lamentou a falta de sinalização da Sete Brasil para a resolver o problema no curto prazo.

“Na última reunião, a Sete Brasil informou a Brasfels que somente em junho do ano que vem voltará a se reunir para definir um cronograma de pagamento da dívida. Mediante todo este imbróglio, nós procuramos sinalizar para o governo que o sindicato e a sociedade estão preocupados e atentos ao problema. Queremos a manutenção dos empregos e o pagamento da dívida para com a Brasfels, mas infelizmente não há nenhuma sinalização por parte da Sete Brasil de quando se dará o pagamento da dívida”, disse.

A Sete Brasil foi criada no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para construir sondas para serem utilizadas pela Petrobras na área do pré-sal da Bacia de Santos.

O envolvimento na Operação Lava Jato e a queda do preço do barril do petróleo no mercado externo vem inviabilizando financeiramente a empresa.

Em nota à Agência Brasil, a Sete Brasil informou que o estaleiro “depende da aprovação do plano de reestruturação, por hora em construção, para regularizar o cronograma de pagamentos”.

Em relação às demissões, a companhia disse que “não comenta ações implementadas por estaleiros”.

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