Brasil

Matheusa foi morta ao tentar tirar fuzil de traficante no Rio, diz polícia

De acordo com o inquérito, a estudante foi assassinada enquanto passava por um "tribunal do crime" no Morro do Dezoito

Matheusa: estudante da UFRJ desapareceu em 29 de abril de 2018 e seu corpo nunca foi encontrado (Instagram/Reprodução)

Matheusa: estudante da UFRJ desapareceu em 29 de abril de 2018 e seu corpo nunca foi encontrado (Instagram/Reprodução)

CC

Clara Cerioni

Publicado em 7 de janeiro de 2019 às 11h11.

Última atualização em 7 de janeiro de 2019 às 11h23.

São Paulo — A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que a estudante da UFRJ Matheus Passarelli Simões Vieira, conhecida como Matheusa, 21 anos, foi morta por um tiro de fuzil, no Morro do Dezoito, em Água Santa, na Zona Norte carioca. A jovem desapareceu em 29 de abril do ano passado e seu corpo nunca foi encontrado.

De acordo com o inquérito, revelado pelo jornal Extra neste domingo (7), a estudante foi assassinada após tentar tirar o fuzil de um dos traficantes, enquanto passava por um "tribunal do crime".

"No inquérito concluiu-se que Matheusa se desentendeu com os traficantes locais e tentou pegar a arma de um deles, sendo alvejada e seu corpo ocultado dentro da comunidade", diz a Polícia Civil.

Aluna de Artes Visuais da UFRJ, a jovem, que se identificava como não-binária (quem não se identifica nem como homem nem como mulher), desapareceu após deixar uma festa de aniversário na Rua Cruz e Souza, no bairro do Encantado, Zona Norte do Rio. 

Os investigadores concluíram que ela saiu da festa completamente desorientada. Segundo a polícia, ela falava frases desconexas e estava sem roupa quando foi abordada por bandidos no Morro do 18 e levada para o alto da favela, onde passou pelo "tribunal do crime". Sem saber explicar o que fazia no local, a jovem foi assassinada.

Dois traficantes acusados de ordenar que o corpo fosse incinerado tiveram a prisão decretada pela Justiça: Genilson Pereira, conhecido como GG, e Messias Texeira, chefe do tráfico do Morro do 18. Eles são acusados de homicídio doloso e ocultação de cadáver. De acordo com a polícia, Matheusa foi baleada, esquartejada e incinerada. Por isso o corpo não foi encontrado.

Acompanhe tudo sobre:AssassinatosLGBTMortesRio de Janeiro

Mais de Brasil

Senado aprova projeto para restringir uso de celular em escolas

Linha 11-Coral da CPTM segue com superlotação após descarrilhamento; veja alternativas

Posso tirar o nome do meu pai/mãe da certidão de nascimento?

Lewandowski limita atuação da PRF em operações fora de rodovias