Magno Malta: senador também defendeu que os ministros tenham um mandato de oito anos para que não ajam como "suplentes de Deus" (Facebook/Divulgação)
Reuters
Publicado em 22 de outubro de 2018 às 15h34.
Última atualização em 7 de dezembro de 2018 às 18h41.
Rio de Janeiro - O senador Magno Malta (PR-ES) disse nesta segunda-feira, 22, que se fosse eleito presidente proporia o aumento no número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para "equilibrar o jogo", mas que não se cogita fechar a corte suprema do país, em meio à polêmica sobre um vídeo do filho do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
"Se eu fosse eleito como ele [Jair Bolsonaro] vai ser, ungido pelo povo, no primeiro mês de mandato proporia ao Congresso aumentar o número de ministros (do STF) para equilibrar o jogo", disse Malta, repetindo ideia já defendida por Bolsonaro. "Temos que acabar com o viés ideológico do STF", acrescentou o senador.
Durante a pré-campanha eleitoral, Bolsonaro chegou a defender aumentar de 11 para 21 o número de ministros do Supremo. Pela regra em vigor, o presidente eleito poderá indicar ao menos dois ministros que atingirão 75 anos até 2022 e terão que se aposentar compulsoriamente, o decano Celso de Mello e Marco Aurélio Mello.
Magno Malta manifestou seu desconforto com a atuação da atual composição do STF, que, para ele, tem ministros que agem como se fossem suplentes de Deus. "Defendo que tenham mandato de oito anos e sempre falei isso", disse Malta.
O senador acrescentou que as decisões do supremo indicam que há interesses por trás das sentenças polêmicas de integrantes da corte. "O STF está completamente politizado e com viés ideológico e ninguém nega isso."
Apesar disso, Malta garantiu que "não existe intenção" de fechar o STF.
"Claro que não. Temos instituições e somos um país democrático mesmo com a ditadura do Judiciário no Brasil", disse.
Em vídeo que viralizou nas redes sociais no domingo, Eduardo Bolsonaro fala que seria preciso apenas "um soldado e um cabo" para fechar o STF. Também no domingo, o deputado tuitou negando que tenha defendido o fechamento do STF, afirmando que apenas repetiu uma brincadeira.
O próprio presidenciável no domingo negou essa possibilidade. "Não tem isso de fechar o STF", disse o candidato a presidente pelo PSL.
Para Malta, tudo que os filhos de Bolsonaro falarem vai ter repercussão justamente por serem filhos do presidenciável. "Até domingo vão tentar de tudo e inventar tudo. Entrou na fase do esperneamento", disse.
Magno Malta que não conseguiu se reeleger senador pelo seu Estado disse que está pronto para ir para onde Bolsonaro mandar em seu eventual futuro governo.
"Sou um soldado e estou do lado dele e temos que ganhar a eleição. Estou à disposição", frisou ele. "Vou estar perto dele o tempo todo, sendo ou não ministro... acho que ele já está com as duas mãos na faixa."