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Lula diz que há "cheiro de retrocesso" na América Latina

O ex-presidente convidou a região a trabalhar em conjunto e se preocupar menos com Estados Unidos e Europa

União pela América Latina: o ex-presidente Lula convidou a região a trabalhar em conjunto e se preocupar menos com Estados Unidos e Europa (Fredy Builes/ Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2015 às 05h55.

Medellín  - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira na cidade de Medellín, na Colômbia, que há "certo cheiro de retrocesso" na América Latina e convidou a região a trabalhar em conjunto e a "se preocupar" menos com os Estados Unidos e a Europa.

Lula abriu a sétima edição da Conferência Latino-Americana e Caribenha de Ciências Sociais (Clacso) com um enérgico discurso, acompanhado do ex-presidente uruguaio José Mujica , da senadora uruguaia Lucía Topolansky, e dos prefeitos de Medellín, Aníbal Gaviria, e de Bogotá, Gustavo Petro.

"Precisamos voltar a trabalhar e a ter paixão pela integração da América Latina", nos âmbitos econômico, político e social, pois "ainda desconfiamos de nós mesmos", disse Lula.

O ex-presidente assinalou que parte das elites "não aceitam a política de ascensão das pessoas mais pobres, nem a ascensão do povo" e se sentem "incomodados" ao presenciar que filhos de empregadas domésticas e operários estejam se transformando em médicos e engenheiros.

Além disso, Lula pediu que a região não se preocupasse com os Estados Unidos e a Europa, ao considerar que "ao invés de chorar pelo que o norte não nos está oferecendo", devemos "nos unir" e olhar para os assuntos da região.

Lula disse que a "grande mentira" deste século foi a Guerra do Iraque, e citou um encontro que teve com George W. Bush, quando ambos ocupavam a presidência de seus respectivos países, no qual seu então colega lhe dizia que era necessário "acabar com o inimigo".

"Eu lhe disse que minha guerra era contra a miséria e os milhões de pessoas que passam fome em meu país", relatou em seu discurso no fórum organizado pela Clacso.

Lula também não poupou críticas à ONU, uma organização que definiu como a "cara da geopolítica de 1948" e assegurou que ela "não representa" a América Latina, a Índia e a África. "Não permite um discurso para que se atualizar com a política real do século XXI", acrescentou o ex-presidente.

No âmbito da educação, Lula destacou que foi o presidente que "mais fez" pelo setor no Brasil, mesmo sem ter um diploma universitário.

"Fortalecer a educação não é um custo, é um investimento", disse, para depois enfatizar em que a educação "não pode ser um privilégio somente para os ricos" e considerou que isso "é uma injustiça crônica" na América do Sul.

Depois de exaltar seu governo e o de Mujica, no Uruguai, Lula indicou que ambos fazem parte dos "políticos do século passado", portanto, convocou a juventude a se mobilizar, pois "não existe uma saída fora da política" e na América Latina "ainda temos muito o que fazer".

"Tenham a coragem de ser melhores que nós e a coragem de fazer mais. Nós não fizemos tudo e não nos movimentamos neste mundo confuso da internet, no qual sou um analfabeto", declarou o ex-presidente.

Por outro lado, Lula reiterou seu apoio ao processo de paz na Colômbia e destacou, além disso, que há um mês a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, fortaleceu as relações bilaterais e comerciais entre os dois países.

"Estou aqui para apoiar o governo em um processo necessário de negociação que é um desafio para construir a paz para as novas gerações", disse Lula, diante da ovação dos cerca de mil presentes ao evento.

O ex-presidente se revelou otimista com o avanço das negociações em Havana entre o governo colombiano e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) ao manifestar que tem a "certeza", como demais participantes do encontro da Clacso, que "falta pouco para consagrar os acordos de paz" no país.

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Lula abriu a sétima edição da Conferência Latino-Americana e Caribenha de Ciências Sociais (Clacso) com um enérgico discurso, acompanhado do ex-presidente uruguaio José Mujica , da senadora uruguaia Lucía Topolansky, e dos prefeitos de Medellín, Aníbal Gaviria, e de Bogotá, Gustavo Petro.

"Precisamos voltar a trabalhar e a ter paixão pela integração da América Latina", nos âmbitos econômico, político e social, pois "ainda desconfiamos de nós mesmos", disse Lula.

O ex-presidente assinalou que parte das elites "não aceitam a política de ascensão das pessoas mais pobres, nem a ascensão do povo" e se sentem "incomodados" ao presenciar que filhos de empregadas domésticas e operários estejam se transformando em médicos e engenheiros.

Além disso, Lula pediu que a região não se preocupasse com os Estados Unidos e a Europa, ao considerar que "ao invés de chorar pelo que o norte não nos está oferecendo", devemos "nos unir" e olhar para os assuntos da região.

Lula disse que a "grande mentira" deste século foi a Guerra do Iraque, e citou um encontro que teve com George W. Bush, quando ambos ocupavam a presidência de seus respectivos países, no qual seu então colega lhe dizia que era necessário "acabar com o inimigo".

"Eu lhe disse que minha guerra era contra a miséria e os milhões de pessoas que passam fome em meu país", relatou em seu discurso no fórum organizado pela Clacso.

Lula também não poupou críticas à ONU, uma organização que definiu como a "cara da geopolítica de 1948" e assegurou que ela "não representa" a América Latina, a Índia e a África. "Não permite um discurso para que se atualizar com a política real do século XXI", acrescentou o ex-presidente.

No âmbito da educação, Lula destacou que foi o presidente que "mais fez" pelo setor no Brasil, mesmo sem ter um diploma universitário.

"Fortalecer a educação não é um custo, é um investimento", disse, para depois enfatizar em que a educação "não pode ser um privilégio somente para os ricos" e considerou que isso "é uma injustiça crônica" na América do Sul.

Depois de exaltar seu governo e o de Mujica, no Uruguai, Lula indicou que ambos fazem parte dos "políticos do século passado", portanto, convocou a juventude a se mobilizar, pois "não existe uma saída fora da política" e na América Latina "ainda temos muito o que fazer".

"Tenham a coragem de ser melhores que nós e a coragem de fazer mais. Nós não fizemos tudo e não nos movimentamos neste mundo confuso da internet, no qual sou um analfabeto", declarou o ex-presidente.

Por outro lado, Lula reiterou seu apoio ao processo de paz na Colômbia e destacou, além disso, que há um mês a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, fortaleceu as relações bilaterais e comerciais entre os dois países.

"Estou aqui para apoiar o governo em um processo necessário de negociação que é um desafio para construir a paz para as novas gerações", disse Lula, diante da ovação dos cerca de mil presentes ao evento.

O ex-presidente se revelou otimista com o avanço das negociações em Havana entre o governo colombiano e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) ao manifestar que tem a "certeza", como demais participantes do encontro da Clacso, que "falta pouco para consagrar os acordos de paz" no país.

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