"Acabou o jogo. O que Dilma poderia fazer? Renunciar ao mandato para termos novas eleições", declarou Cássio Cunha Lima (Waldemir Barreto/ Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2015 às 19h19.
Brasília - Um dia após ter defendido a renúncia da presidente Dilma Rousseff para "abreviar o sofrimento da nação", o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), voltou à carga nesta quinta-feira, 2, e disse que o mandato da petista está com os dias contados.
"Não há como ela escapar", disse ele, em discurso da tribuna da Casa.
Para o tucano, que tem contado com o respaldo da cúpula partidária para elevar o tom das críticas, o PT faz ataques de "desespero" ao PSDB e que não há como piorar ainda mais o Brasil do que os petistas fizeram.
Num duro pronunciamento, ele declarou que o governo do PT será limpo com benzina porque é uma "mancha".
Ao defender novamente a saída espontânea de Dilma do cargo, Cássio afirmou que o dono da UTC, Ricardo Pessoa, vai confirmar no próximo dia 14 ao Tribunal Superior Eleitoral que deu dinheiro ilegal para a campanha à reeleição da presidente.
Ele citou ainda a investigação das "pedaladas" fiscais no Tribunal de Contas da União e os pedidos de apuração feitos pela oposição no Ministério Público Federal contra Dilma para mostrar que o suposto certo está se fechando.
"Acabou o jogo. O que Dilma poderia fazer? Renunciar ao mandato para termos novas eleições", afirmou ele, ao ressaltar que fala em nome do PSDB.
Ele disse que o presidente do seu partido, senador Aécio Neves (MG), não vai assumir o mandato e frisou que os tucanos querem novas eleições presidenciais. Ele mencionou ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá disputar o pleito.
O líder do PSDB disse acreditar que, com base em investigações do TSE, a Corte poderá cassar o mandato de Dilma no segundo semestre.
E, nessa hipótese, que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), assumirá temporariamente até serem convocadas eleições gerais. "A eleição (presidencial passada) foi viciada. Aécio perdeu a campanha para uma organização criminosa", acusou.
Para rebater as críticas feitas pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), de ligação da bancada do PSDB da Câmara a Cunha, Cássio disse que ele não é seu aliado e é do PMDB, partido da base do governo.
Para Cássio, Humberto Costa elevou o tom nas críticas porque o "desespero" subiu de patamar.
Segundo ele, mencionando a baixíssima aprovação de Dilma registrada pela pesquisa de ontem da CNI/Ibope, as pessoas não apenas rejeitam o governo. Há, na opinião dele, um sentimento de revolta.
Ao fim do pronunciamento, o líder do PSDB destacou ainda o fato de que, até o mês de maio, a União só contribuiu com 12% de todo o esforço para a realização do superávit primário de 2015, mesmo tendo promovido um forte ajuste fiscal.
E que, na sua opinião, o governo federal não teve uma participação maior na economia feita para pagar os serviços da dívida porque aqueles que estão no governo "assaltaram o País".