Invasão de fazendas cai 33% até junho, avalia CPT
De janeiro a junho deste ano, foram registradas 109 ocupações, contra 162 no mesmo período de 2012
Da Redação
Publicado em 26 de dezembro de 2013 às 09h08.
São Paulo - Os movimentos sociais que acusam o governo da presidente Dilma Rousseff de paralisar a reforma agrária também desaceleraram as ocupações de áreas rurais durante 2013.
No primeiro semestre, o número de invasões caiu 33% em comparação com o mesmo período de 2012, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que contabiliza os conflitos fundiários do País desde 1985. De janeiro a junho deste ano, foram registradas 109 ocupações, contra 162 no mesmo período de 2012.
Levantamento feito pela reportagem indica que a queda no segundo semestre foi ainda maior - os dados da CPT ainda não foram contabilizados. Os números mostram que o Movimento dos Sem-Terra (MST), força mais importante da luta pela reforma agrária no País, reduziu a invasão de propriedades rurais. No primeiro semestre o MST atuou em 42 ocupações - 40% do total.
De julho a dezembro, o movimento realizou jornadas de luta em todo o País, com a invasão de prédios públicos, bloqueio de rodovias e liberação de praças de pedágio, mas havia feito até meados de dezembro apenas 13 invasões em áreas rurais.
O ano de 2013 deve fechar com o menor número de ocupações de grandes fazendas feitas pelo MST na última década - eram 55 até o último dia 15. No ano passado, o movimento esteve à frente de 126 das 238 ocupações registradas no País.
Em 2011, o MST respondeu por 113 das 200 ocupações de terras, e no último ano do governo Lula, em 2010, o movimento protagonizou 111 invasões.
No Estado de São Paulo, palco da consolidação do MST na década de 1990 como líder na luta pela terra - principalmente no Pontal do Paranapanema -, o movimento perdeu espaço para sua principal dissidência, o MST da Base, de José Rainha Júnior.
O grupo de Rainha já responde hoje por mais de 50% das ocupações no Estado. Na primeira metade do ano, a dissidência esteve à frente de seis ocupações, mas em novembro último, numa ação maciça, invadiu 25 propriedades no oeste paulista. O MST somou 16 áreas ocupadas até dezembro.
Para João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, o ano de 2013 foi o pior da história recente da reforma agrária no País, com apenas 159 famílias assentadas e menos de dez imóveis desapropriados pelo governo Dilma , mas a luta no campo não parou.
"Apesar de ter sido um ano completamente negativo em relação à reforma agrária, os camponeses seguem firmes na luta. Em março, por exemplo, montamos um acampamento permanente em Brasília, com marchas, ocupações de ministérios e atos políticos." A jornada das mulheres, lembra Rodrigues, levou à ocupação de terras, de empresas de agrotóxicos, prédios públicos e fechamento de rodovias.
Além disso, os números da CPT mostram uma participação cada vez maior de grupos indígenas na luta pela terra. Em 2011, os índios de várias etnias agiram em 16 ocupações de fazendas em todo o Brasil.
No ano passado, o número de ocupações promovidas por grupos indígenas subiu para 46. Nos primeiros seis meses deste ano, esse número chegou a 24 invasões, o que indica que o ritmo não diminuiu.
São Paulo - Os movimentos sociais que acusam o governo da presidente Dilma Rousseff de paralisar a reforma agrária também desaceleraram as ocupações de áreas rurais durante 2013.
No primeiro semestre, o número de invasões caiu 33% em comparação com o mesmo período de 2012, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que contabiliza os conflitos fundiários do País desde 1985. De janeiro a junho deste ano, foram registradas 109 ocupações, contra 162 no mesmo período de 2012.
Levantamento feito pela reportagem indica que a queda no segundo semestre foi ainda maior - os dados da CPT ainda não foram contabilizados. Os números mostram que o Movimento dos Sem-Terra (MST), força mais importante da luta pela reforma agrária no País, reduziu a invasão de propriedades rurais. No primeiro semestre o MST atuou em 42 ocupações - 40% do total.
De julho a dezembro, o movimento realizou jornadas de luta em todo o País, com a invasão de prédios públicos, bloqueio de rodovias e liberação de praças de pedágio, mas havia feito até meados de dezembro apenas 13 invasões em áreas rurais.
O ano de 2013 deve fechar com o menor número de ocupações de grandes fazendas feitas pelo MST na última década - eram 55 até o último dia 15. No ano passado, o movimento esteve à frente de 126 das 238 ocupações registradas no País.
Em 2011, o MST respondeu por 113 das 200 ocupações de terras, e no último ano do governo Lula, em 2010, o movimento protagonizou 111 invasões.
No Estado de São Paulo, palco da consolidação do MST na década de 1990 como líder na luta pela terra - principalmente no Pontal do Paranapanema -, o movimento perdeu espaço para sua principal dissidência, o MST da Base, de José Rainha Júnior.
O grupo de Rainha já responde hoje por mais de 50% das ocupações no Estado. Na primeira metade do ano, a dissidência esteve à frente de seis ocupações, mas em novembro último, numa ação maciça, invadiu 25 propriedades no oeste paulista. O MST somou 16 áreas ocupadas até dezembro.
Para João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, o ano de 2013 foi o pior da história recente da reforma agrária no País, com apenas 159 famílias assentadas e menos de dez imóveis desapropriados pelo governo Dilma , mas a luta no campo não parou.
"Apesar de ter sido um ano completamente negativo em relação à reforma agrária, os camponeses seguem firmes na luta. Em março, por exemplo, montamos um acampamento permanente em Brasília, com marchas, ocupações de ministérios e atos políticos." A jornada das mulheres, lembra Rodrigues, levou à ocupação de terras, de empresas de agrotóxicos, prédios públicos e fechamento de rodovias.
Além disso, os números da CPT mostram uma participação cada vez maior de grupos indígenas na luta pela terra. Em 2011, os índios de várias etnias agiram em 16 ocupações de fazendas em todo o Brasil.
No ano passado, o número de ocupações promovidas por grupos indígenas subiu para 46. Nos primeiros seis meses deste ano, esse número chegou a 24 invasões, o que indica que o ritmo não diminuiu.