Brasil

Indonésia adia execução de brasileiro e outros 7 condenados

Preso por tráfico de drogas, Rodrigo Gularte teve adiada a transferência de prisão, em razão de problemas técnicos. Mas decisão de executar permanece

O brasileiro Rodrigo Gularte escoltado por policiais e apresentado à imprensa no escritório da Alfândega, perto do principal aeroporto de Jacarta, na Indonésia. Rodrigo foi preso tentando contrabandear cocaína escondida em pranchas de surf - 05/08/2004 (Dita Alangkara/AP)

O brasileiro Rodrigo Gularte escoltado por policiais e apresentado à imprensa no escritório da Alfândega, perto do principal aeroporto de Jacarta, na Indonésia. Rodrigo foi preso tentando contrabandear cocaína escondida em pranchas de surf - 05/08/2004 (Dita Alangkara/AP)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2015 às 19h46.

São Paulo - A Indonésia adiou a transferência de oito condenados à morte por tráfico de drogas para uma prisão insular, onde serão executados. Dentre eles está o brasileiro Rodrigo Gularte. A medida foi adotada em razão de problemas técnicos e também para permitir que dois condenados australianos possam passar mais tempo com suas famílias, informou um funcionário do governo nesta terça-feira.

Rodrigo Gularte foi preso em julho de 2004, quando tentava entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Os australianos Andrew Chan e Myuran Sukumaranm lideravam um grupo de nove pessoas detidas em 2005 por tentar levar 8,3 quilos de heroína da ilha de Bali para a Austrália.

Na segunda-feira, autoridades disseram que todos os detentos seriam transferidos nesta semana para a prisão Nusa Kambangan, nas proximidades da ilha de Java, onde seriam executados.

Mas o porta-voz da promotoria geral, Tony Spontana, declarou nesta terça-feira que após uma vistoria foi verificado que a ilha não estava pronta para a realização das execuções. Segundo ele, os detentos serão transferidos depois que as instalações estiverem prontas, mas não disse quanto tempo isso vai levar.

Spontana afirmou que "o plano de execução ainda está no cronograma", já que os pedidos de apelação dos presos foram rejeitados. "A alteração foi na data da transferência, que deveria acontecer nesta semana", disse ele, acrescentando que funcionários de Nusa Kambangan sugeriram que os condenados sejam transferidos para o local três dias antes da execução.

O adiamento foi também uma resposta aos pedidos do governo australiano para permitir que Chan, de 31 anos, e Sukumaran, de 33, passem mais tempo com suas famílias antes de serem transferidos, informou Spontana. Os dois estão presos em Bali.

O presidente indonésio Joko "Jokowi'' Widodo rejeitou os apelos de clemência do governo australiano e prometeu não comutar nenhuma das sentenças dos condenados porque a Indonésia passar por uma "emergência relativa às drogas".

No caso do brasileiro, a família tenta suspender sua execução com um laudo que atesta que ele tem esquizofrenia.

Os demais presos que serão executados são um indonésio e cidadãos da França, Gana, Nigéria, além de uma mulher filipina.

Em janeiro, a Indonésia, que tem regras bastante rígidas para questões envolvendo drogas, executou seis condenados por fuzilamento em Nusa Kambangan, dentre eles o brasileiro Marco Archer, de 53 anos.

Na Indonésia, há 133 pessoas no corredor da morte, dentre elas 57 por crimes relacionados às drogas e duas por terrorismo.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaIndonésiaTráfico de drogas

Mais de Brasil

Governo cria sistema de emissão de carteira nacional da pessoa com TEA

Governo de SP usará drones para estimar número de morte de peixes após contaminação de rios

8/1: Dobra número de investigados por atos golpistas que pediram refúgio na Argentina, estima PF

PEC que anistia partidos só deve ser votada em agosto no Senado

Mais na Exame