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Governo exonera corregedor da PRF indicado por Bolsonaro um mês antes da eleição

A PRF afirma que a exoneração busca 'afastar qualquer sugestão de parcialidade sobre os processos apuratórios internos

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) determinou aos caminhoneiros que estão parados no acostamento da BR-040, em frente à Refinaria Duque de Caxias (Reduc), que retirem os caminhões. (Vladimir Platonow/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 6 de abril de 2023 às 15h31.

O governo federal exonerou o inspetor Wendel Benevides Matos do cargo de corregedor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A portaria assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, foi publicada no Diário Oficial da União.

Como corregedor, Matos era responsável por investigações administrativas e processos disciplinares. Ele havia sido indicado para o cargo em setembro do ano passado, ainda no governo Jair Bolsonaro (PL). O mandato iria até novembro de 2023.

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A PRF afirma que a exoneração busca 'afastar qualquer sugestão de parcialidade sobre os processos apuratórios internos'. A corporação diz ainda que a decisão tem o respaldo da Controladoria-Geral da União (CGU).

O que diz a Polícia Rodoviária Federal?

"A Direção-Geral da PRF, frente aos inúmeros procedimentos correcionais que envolvem o antigo diretor, Silvinei Vasques, buscou entendimento com os órgãos de controle externo para a substituição do corregedor-geral, nomeado justamente pelo ex-diretor", diz o comunicado.

Como mostrou o Estadão, a PRF promoveu trocas em todas as superintendências nos primeiros meses do governo Lula em uma tentativa de abandonar o bolsonarismo e retomar o foco operacional, sem alinhamento político ou ideológico.

O ex-diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, está sendo investigado por suspeita de omissão no enfrentamento a grupos bolsonaristas que ocuparam rodovias federais em protesto contra o resultado das eleições. Ele chegou a usar as redes sociais para pedir votos para o então presidente Jair Bolsonaro na véspera do segundo turno.

Sob a direção de Silvinei Vasques, a PRF também desobedeceu o comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e abordou ônibus de passageiros no segundo turno, sobretudo no Nordeste, reduto eleitoral de Lula. Foram ao menos 560 operações. O PT encampou a narrativa de que a corporação foi usada politicamente para dificultar o voto na região.

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