Governo do PMDB adota medida hoje e muda amanhã, diz Dilma
Segundo Dilma, o governo do PMDB "adota uma medida hoje e muda amanhã" porque não tem um programa que tenha sido testado nas urnas
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2016 às 17h30.
São Paulo - Em entrevista ao canal de notícias Russia Today exibida nesta quinta-feira, 19, a presidente afastada Dilma Rousseff fez críticas aos primeiros dias de gestão do presidente em exercício Michel Temer.
Segundo Dilma, o governo do PMDB "adota uma medida hoje e muda amanhã" porque não tem um programa que tenha sido testado nas urnas.
De acordo com Dilma, as idas e vindas do ministério de Temer tem como objetivo "encobrir" o objetivo de aplicar um programa "mais neoliberal possível".
Dilma falou ao serviço em língua espanhola do Russia Today na véspera, durante quase 40 minutos, no Palácio da Alvorada. É a segunda entrevista dela a um veículo estrangeiro desde que foi afastada da presidência.
Além do Russia Today, a petista também concedeu entrevista ao jornalista norte-americano Glenn Greenwald, do site The Intercept, que ainda não foi ao ar.
Ao Russia Today, Dilma disse que pretende viajar pelo Brasil para denunciar o "golpe" do qual teria sido vítima.
"Pretendo visitar várias cidades, falar com muitas pessoas. Isso permitirá para o Brasil e para o mundo entender o que está acontecendo no País", disse ela.
A presidente afastada procurou explorar as contradições que marcaram os primeiros dias do governo Temer como a declaração do ministro da Saúde, Ricardo Barros, de que o tamanho do Sistema Único de Saúde (SUS) precisa ser revisto.
O ministro recuou da declaração no dia seguinte.
"Outra característica desse governo é que ele adota uma medida hoje e muda amanhã. Como ele não foi eleito, não discutiu este programa em uma eleição, não conta com o respaldo da população. Por isso este governo só fala de absurdos como acabar com o SUS. Ele cria este tipo de conflito e, como a sociedade reage, no dia depois de falar eles mudam de postura tentando encobrir que a tendência deles é aplicar o programa mais neoliberal possível", disse a presidente afastada.
Dilma também criticou as mudanças na política externa anunciadas pelo novo chanceler, José Serra. Segundo ela, Serra não tem compromisso com o fortalecimento dos laços com países da América Latina, África e os Brics (Brasil, África do Sul, Russia, Índia e China).
Indagada se há interferência estrangeira no impeachment Dilma afirmou que "este é um processo brasileiro. Não há como atribuir a qualquer interferência externa".
A presidente afastada ainda agradeceu às manifestações de artistas em defesa de seu mandato, especialmente à equipe do filme "Aquarius" que se manifestou durante o Festival de Cannes, na França, e criticou a extinção do Ministério da Cultura.
"Não é só uma perda de direitos, é uma violação da questão nacional", afirmou Dilma.
São Paulo - Em entrevista ao canal de notícias Russia Today exibida nesta quinta-feira, 19, a presidente afastada Dilma Rousseff fez críticas aos primeiros dias de gestão do presidente em exercício Michel Temer.
Segundo Dilma, o governo do PMDB "adota uma medida hoje e muda amanhã" porque não tem um programa que tenha sido testado nas urnas.
De acordo com Dilma, as idas e vindas do ministério de Temer tem como objetivo "encobrir" o objetivo de aplicar um programa "mais neoliberal possível".
Dilma falou ao serviço em língua espanhola do Russia Today na véspera, durante quase 40 minutos, no Palácio da Alvorada. É a segunda entrevista dela a um veículo estrangeiro desde que foi afastada da presidência.
Além do Russia Today, a petista também concedeu entrevista ao jornalista norte-americano Glenn Greenwald, do site The Intercept, que ainda não foi ao ar.
Ao Russia Today, Dilma disse que pretende viajar pelo Brasil para denunciar o "golpe" do qual teria sido vítima.
"Pretendo visitar várias cidades, falar com muitas pessoas. Isso permitirá para o Brasil e para o mundo entender o que está acontecendo no País", disse ela.
A presidente afastada procurou explorar as contradições que marcaram os primeiros dias do governo Temer como a declaração do ministro da Saúde, Ricardo Barros, de que o tamanho do Sistema Único de Saúde (SUS) precisa ser revisto.
O ministro recuou da declaração no dia seguinte.
"Outra característica desse governo é que ele adota uma medida hoje e muda amanhã. Como ele não foi eleito, não discutiu este programa em uma eleição, não conta com o respaldo da população. Por isso este governo só fala de absurdos como acabar com o SUS. Ele cria este tipo de conflito e, como a sociedade reage, no dia depois de falar eles mudam de postura tentando encobrir que a tendência deles é aplicar o programa mais neoliberal possível", disse a presidente afastada.
Dilma também criticou as mudanças na política externa anunciadas pelo novo chanceler, José Serra. Segundo ela, Serra não tem compromisso com o fortalecimento dos laços com países da América Latina, África e os Brics (Brasil, África do Sul, Russia, Índia e China).
Indagada se há interferência estrangeira no impeachment Dilma afirmou que "este é um processo brasileiro. Não há como atribuir a qualquer interferência externa".
A presidente afastada ainda agradeceu às manifestações de artistas em defesa de seu mandato, especialmente à equipe do filme "Aquarius" que se manifestou durante o Festival de Cannes, na França, e criticou a extinção do Ministério da Cultura.
"Não é só uma perda de direitos, é uma violação da questão nacional", afirmou Dilma.