Governo divulga o novo valor de bolsas de pesquisas; veja quando começa o pagamento
A medida foi prometida desde a transição, e o governo vinha sendo cobrado por estudantes e pesquisadores pela demora
Redação Exame
Publicado em 16 de fevereiro de 2023 às 17h06.
Última atualização em 16 de fevereiro de 2023 às 17h37.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, na tarde desta quinta-feira, 16, os novos valores das bolsas de pesquisas. O reajuste foi de 40%, em média. Os valores não eram corrigidos desde 2013. Atualmente, cerca de 300 mil pesquisadores recebem uma bolsa de pós-graduação. A medida foi prometida desde a transição e o governo vinha sendo cobrado por estudantes e pesquisadores pela demora.
"Eu tenho dito para os meus ministros mudarem as palavras. Todo o dinheiro que colocamos na educação não é gasto, é investimento. Queremos ser exportadores de inteligência, não apenas de minério de ferro", disse Lula em uma cerimônia realizada no Palácio do Planalto.
O reajuste engloba os orçamentos do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério da Ciência e Tecnologia, com aumentos nas bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). O investimento adicional é de R$ 2,4 bilhão por ano, segundo o ministro da Educação, Camilo Santana.
Qual é o valor da bolsa de pesquisa?
O aumento varia conforme a categoria do auxílio. Atualmente, os auxílios de pós-graduação mensais são de R$ 1,5 mil para mestrado e R$ 2,2 mil para doutorado. Eles ficam em R$ 2,1 mil e R$ 3,1 mil, respectivamente. Bolsas de pós-doutorado têm um reajuste menor, de R$ 4,1 mil para R$ 5,2 mil, alta de 25%. A bolsa de iniciação científica do ensino superior passa de R$ 400 para R$ 700.
Novos valores das bolsas
- Iniciação científica graduação: R$ 700
- Mestrado: R$ 2,1 mil
- Doutorado: R$ 3,1 mil
- Pós-doutorado: R$ 5,2 mil
Quando começam a ser pagos os novos valores?
Os novos valores começam a valer já a partir de março.Não há previsão de novo valor para médicos residentes, cujos auxílios foram reajustados em 2022. O pacote incluiu um aumento no número de bolsas.No caso do mestrado, por exemplo, em 2015 havia 58,6 mil bolsas, número que caiu para 48,7 mil em 2022, redução de quase 17%. Agora, a estimativa é de que sejam ofertadas 53,6 mil.
Defasagem
A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) pedia um reajuste de 75% para todas as bolsas, para compensar as perdas com a inflação dos últimos anos, mas comemorou o anúncio. De acordo com a entidade, desde 2013 o salário mínimo quase dobrou de valor, enquanto os auxílios continuaram os mesmos.
"A gente reconhece a conjuntura econômica, mas pede que também seja anunciado um plano de outros reajustes no curto prazo. Esse precisa ser apenas o primeiro", diz o presidente da ANPG, Vinícius Soares. Segundo ele, a associação vai reivindicar direitos trabalhistas para os bolsistas.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, o reajuste era uma "necessidade absoluta devido ao descompasso total em relação ao aumento do custo de vida nesses anos e a perda da atratividade da pesquisa científica, levando à evasão de cérebros". "Falta ainda aumentar o número de bolsas."
(Com Estadão Conteúdo)