Gilmar Mendes diz que "é preciso acabar com mídia opressiva"
Gilmar também classificou a imprensa brasileira como chantagista ao citar uma reportagem que mostra que os ministros têm 88 dias de férias ao longo do ano
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de abril de 2018 às 16h14.
Brasília - Durante seu voto no julgamento que decide se o Supremo Tribunal Federal ( STF ) aceita ou não o habeas corpus preventivo solicitado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , o ministro Gilmar Mendes criticou a imprensa brasileira, que classificou como "opressiva" e "chantagista".
"Eu já estou aqui há 15 anos e já vi quase de tudo. Nunca vi uma mídia tão opressiva como aquela que tem se feito nesses anos. Nunca. Já vi de tudo."
Gilmar também classificou a imprensa brasileira como chantagista ao citar uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo, que mostra que os ministros do Supremo têm 88 dias de férias ao longo do ano.
"Temos de acabar com esses feriados do Judiciário. Temos de acabar com as férias em dobro. Temos de acabar com penduricalhos, com auxílio-moradia, com o diabo. Mas não mediante chantagem. É como se dissessem: 'se vocês se comportassem, a gente não publicaria isso, mas como não estão se comportando...' Não dá. Num regime democrático isso não se pode fazer..."
O ministro citou ainda um vídeo publicado pelo jornal O Globo sobre as ofensas de duas mulheres a ele enquanto andava em Lisboa, em Portugal. "'Veja o que fizeram com ministro Gilmar Mendes, o que você faria?', dizia. É preciso dizer não a isso. A mídia quer esse ou aquele resultado, é melhor nos demitirmos e irmos para a casa. Eu não sei o que é apreender sentimento social. É o sentimento da mídia."
Gilmar afirmou acreditar que a onda de intolerância vivida pelo País foi motivada pelo governo petista. "Todos sabem que venho do governo FHC e aqui até vou fazer uma reflexão que certamente não vai agradar meus amigos petistas. Creio que nós devemos muito desse quadro hoje de intolerância à prática que o PT desenvolveu ao longo dos anos. De intolerância, de ataque às pessoas."
Na avaliação do ministro, "o PT tem uma grande chance nesse momento de fazer um pedido de desculpas públicas". "Gestou-se esse germe ruim da intolerância. Aprenderam na oficina do diabo (ataques) essa gente que hoje está aí fascistoides atacando as pessoas."