Exame Logo

General nega que haja ações paradas no Rio por problema orçamentário

A verba de R$ 1,2 bilhão definida pelo presidente Michel Temer ainda não foi operacionalizada

Intervenção no RJ: segundo jornal, as ações no estado estão atualmente sendo feitas com recursos remanejados da Defesa e do Estado do Rio (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de abril de 2018 às 18h57.

Brasília - O ministro interino da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, afirmou, após cerimônia no Palácio do Planalto que não há ações represadas na intervenção da segurança no Rio de Janeiro por problemas orçamentários e que a verba de R$ 1,2 bilhão definida pelo presidente Michel Temer ainda não foi operacionalizada.

"Existe todo um planejamento desse recurso. A priorização e destinação para onde vão", disse o general que anunciou que nesta quarta-feira, 11, foi assinado o decreto com a criação de 67 cargos para trabalhar na intervenção. A burocracia para a transferência desses cargos de outros órgãos era uma das queixas do Ministério da Segurança Pública.

Veja também

Segundo informações obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, as ações no Rio estão atualmente sendo feitas com recursos remanejados da Defesa e do Estado do Rio. "Represadas (as ações) talvez não tenha representado bem a ideia. Tem certas ações que estão planejadas para serem executadas, mas não há nada represado por problema orçamentário", disse.

Luna e Silva disse que a intervenção está indo "no ritmo". "É toda uma organização a ser feita. Uma intervenção não se toca do dia para a noite", afirmou. Segundo o ministro, os resultados podem ainda não estar sendo muito perceptíveis. "Mas em termos de organização, de planejamento e de gestão estão sendo feitos", completou.

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, general Richard Nunes, após reiterar que a realização de operações no Estado não estão represadas por falta de recursos, explicou que há 63 ações planejadas, "que serão executadas quando a oportunidade se fizer, e não tem nada a ver com recursos".

Em seguida, o general Richard informou que dentre as 63 operações, algumas já estavam planejadas anteriormente à intervenção e não haviam sido desencadeadas e serão executadas agora e outras foram planejadas agora e, neste caso, algumas estão sendo executadas e outras ainda serão feitas. "Tem de tudo um pouco. Algumas já estavam planejadas e outras foram inseridas mais recentemente, em função do que a gente vai investigando", declarou ele.

Questionado se é injusta a cobrança por resultado na intervenção no Rio, o general Richard Nunes respondeu: "cobrança por resultado é coisa normal. Todo mundo quer isso na sociedade, quer uma vida melhore nós estamos trabalhando para isso, com muito otimismo".

E emendou: "o Rio de Janeiro tem que virar essa página e nós temos que ter otimismo. Se todos colaborarem, num esforço conjunto, que nós estamos tentando virar um quadro de décadas de problemas, nós vamos chegar la". Para o secretário de segurança do Rio, "já há uma melhora até no estado de espírito das pessoas".

Sem citar a operação do fim de semana, quando mais de 140 milicianos foram presos na zona Oeste do Rio, o ministro da Defesa destacou que "já há ações que deram resultados bem recentes" e afirmou que outras operações virão.

"Teremos algumas operações essa semana que darão resultados muito maior. Tem havido treinamento de pessoal da policia, aquisição de meios, então os resultados vão começar a aparecer. A redução da criminalidade já está presente", disse.

Marielle

Questionado sobre as investigações a respeito do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, o ministro disse que por serem sigilosas "é importante que as informações fiquem restritas ao grupo que está trabalhando" nas investigações. Segundo ele, o objetivo é identificar os criminosos, a intenção e o que está por traz do crime. "É um processo. Está avançando, mas essas informações estão todas restritas ao grupo que está fazendo a investigação", declarou.

Interino

Silva e Luna também respondeu indagações a respeito de continuar interino no cargo, mesmo depois de o presidente Michel Temer ter dado posse e efetivado diversos ministros. Segundo ele, a interinidade "em nada" atrapalha o seu trabalho e Temer não conversou com ele sobre isso. "Essa conversa nós não tivemos, mas entendo que essa decisão está com ele", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:ExércitoMichel TemerRio de JaneiroSegurança pública

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame