"Gatos" são a terceira maior fonte de acesso à TV paga
O número de usuários dos "gatos" só fica atrás dos assinantes da Net (6,1 milhões) e da Sky (5,1 milhões) e contaria com quatro vezes mais assinantes que a Oi
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2014 às 10h10.
São Paulo - De cada cinco brasileiros que assiste a TV paga, um o faz de maneira clandestina. O chamado "Gatonet" é utilizado por 18,1% dos lares, totalizando 4,2 milhões de um universo de 23,2 milhões de domicílios com acesso aos canais por assinatura.
Se fosse uma operadora, seria a terceira maior do Brasil. As informações são de um estudo divulgado pela ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura) e pelo Seta (Sindicato das Empresas Operadoras de TV por Assinatura e de Serviço de Acesso Condicionado) durante a Feira ABTA 2014, a principal do setor na América Latina.
O número de usuários dos "gatos" só fica atrás dos assinantes da Net (6,1 milhões) e da Sky (5,1 milhões) e contaria com quatro vezes mais assinantes que a Oi (886 mil).
A pesquisa motivou as operadoras a pedirem pela aprovação do projeto de lei PLS 186/2013, do senador Blairo Maggi (PR-MT), que prevê dois anos de prisão para quem receber sinal de TV paga ilegalmente. A pesquisa da ABTA ouviu 1.750 pessoas entre 17 e 22 de maio. Do total, 42% dos consumidores piratas estão nas regiões metropolitanas e 58% no interior do Brasil.
A maioria dos usuários ilegais pertence às classes D e E. Logo atrás vem os da classe C, fatia da população que prevalece entre os assinantes da TV paga.
Segundo as operadoras, as perdas de receita causadas pela pirataria chegam a R$ 2 bilhões anuais. Em reportagem de fevereiro, foi mostrado como decodificadores piratas são anunciados na ruas do centro de São Paulo ou em sites de comércio eletrônico, ao alcance de qualquer um.
Os pequenos aparelhos, que destravam um número muito maior de canais de TV paga do que o previsto pelo plano contratado, custam cerca de R$ 300 pelo aparelho e R$ 30 pelo cartão.
"Abre inclusive os HDs. Só não pega mais os de luta, mas compensa demais", contou um cliente entrevistado pela reportagem.