Londres - Editorial do jornal britânico Financial Times (FT) defende que o triunfo da seleção brasileira na Copa do Mundo poderá colocar "controvérsias para descansar" no Brasil. Se a equipe perder, ao contrário, o drama poderá ir para fora dos campos e chegar até as eleições presidenciais.
Em tom menos crítico que o visto em editoriais recentes, o jornal reconhece que os 12 estádios "provavelmente" estarão prontos "ainda que no último minuto" e reconhece que "seja quais forem as deficiências" do País, a democracia do Brasil é algo a ser comemorado.
"Embora não exista uma correlação entre o desempenho do Brasil em Copas e os últimos resultados das eleições subsequentes, desta vez pode ser diferente", diz o principal editorial do FT desta segunda-feira.
Após citar problemas na organização do torneio e acusações contra a direção da Fifa, o jornal econômico diz que o "maior drama fora do campo será do próprio Brasil, especialmente tendo em conta as eleições presidenciais em outubro".
"No ano passado, mais de um milhão de pessoas foram às ruas em protestos contra os serviços públicos de má qualidade. A economia está desacelerando. O índice de aprovação de Dilma Rousseff, embora ainda bem à frente dos adversários, está cedendo. O Brasil pode se sentir atolado em mal-estar", diz o editorial.
Já se o Brasil for hexacampeão mundial, o FT diz que o torneio poderia "levantar o sentimento nacional - porém momentaneamente". "Um derrota poderia cristalizar e aprofundar a desconfiança popular", completa o texto.
"Por muitas razões, o País, portanto, precisa emergir de um torneio considerado um sucesso ou, pelo menos, bom o suficiente, especialmente porque quase metade do planeta vai acompanhar os jogos. Dada a hospitalidade e o otimismo naturais dos brasileiros, o mais provável é que sim", aposta o editorial.
Em meio aos protestos populares e críticas à organização, o FT reconhece que os estádios "provavelmente estarão prontos a tempo, ainda que no último minuto". Ao comentar atrasos nas obras, o editorial lembrou da frase de Dilma Rousseff em recente conversa com jornalistas estrangeiros.
"Como a presidente comentou, os atrasos, que não são como na China, são parte do custo de o Brasil ser uma democracia, com uma imprensa livre e o direito de dissidência.
Sejam quais forem as deficiências do Brasil, essas qualidades são dignas de comemoração em um torneio que acontecerá uma semana depois do 25º aniversário da repressão contra os protestos na Praça da Paz Celestial". "Que deixem a disputa começar." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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1. O custo das Arenas da Copa 2014
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1/11 (Buda Mendes/Getty Images)
Aproximadamente R$ 2,8 bilhões. Este foi o
orçamento apresentado pela candidatura do Brasil à FIFA, ainda em 2007, para construir e reformar os palcos da
Copa do Mundo. Após dois grandes aumentos na matriz de gastos (2010 e 2012) e muitos problemas, o Brasil está a quatro meses da competição com a cifra ultrapassando os R$ 8 bilhões, um aumento de 285% em relação ao plano inicial. Há estádio que custou quase o dobro do Soccer City, local da última final entre Espanha x Holanda, na Copa da África do Sul em 2010. Outro estava praticamente pronto e corre o risco de ficar fora do Mundial.
Os detalhes e curiosidades estão na lista a seguir, que traz um resumo do que rolou em cada uma das 12 sedes da Copa 2014.
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2. Recife: Arena Pernambuco
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2/11 (Divulgação)
Previsão inicial: Dezembro de 2012
Entregue oficialmente: 14 de abril de 2013
Capacidade FIFA: 42.849 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 46.106 pessoas
Custo inicial: R$ 529,5 milhões
Custo final: R$ 532,6 milhões
Problemas: Distante 19km do centro do Recife, o estádio tem causado problemas aos torcedores que utilizam o transporte público. Na Copa das Confederações o sistema que integra metrô e ônibus ficou muito congestionado
Curiosidades: Uma usina solar instalada nas proximidades do estádio é capaz de suprir 30% do consumo da Arena. É o primeiro passo para a Cidade da Copa prevista para 2026, que visa trazer desenvolvimento à região oeste do Grande Recife
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3. Brasília: Estádio Nacional Mané Garrincha
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3/11 (Mateus Baeta/ Portal da Copa)
Previsão inicial: Dezembro de 2012
Entregue oficialmente: 18 de maio de 2013
Capacidade FIFA: 68.009 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 72.788 pessoas
Custo inicial: 745,3 milhões
Custo final: R$ 1,4 bilhão
Problemas: Morte de um operário em junho de 2012. O gramado ficou castigado após a sequência de jogos em 2013 e foram observadas goteiras no estádio. Brasília não tem clubes de expressão, o que deixa a sobrevivência do Mané Garrincha dependente do futebol de outras regiões e eventos não ligados ao futebol
Curiosidades: É a obra mais cara dentre os estádios para a Copa do Mundo 2014 -- custou o dobro do Soccer City, palco da final da última Copa. Foi concebido dentro do estilo arquitetônico da cidade, projetada na década de 50 por Niemayer. Recebeu a abertura da Copa das Confederações
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4. Rio de Janeiro: Maracanã
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4/11 (Divulgação/ Consórcio Maracanã 2014)
Previsão inicial: Dezembro de 2012
Entregue oficialmente: 2 de junho 2013
Capacidade FIFA: 73.531 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 78.838 pessoas
Custo inicial: R$ 600 milhões
Custo final: R$ 1,05 bilhão
Problemas: O gramado sofre com a grande quantidade de jogos. Filas extensas foram registradas na compra e retirada de ingressos
Curiosidades: Os torcedores mais saudosos sentiram falta da famosa “Geral do Maraca” e da rede em formato “Véu de Noiva”. Recebeu a final da Copa das Confederações e vai ser o palco da grande final da Copa do Mundo, em 2014
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5. Curitiba: Arena da Baixada
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5/11 (Divulgação)
Previsão inicial: Dezembro 2012
Previsão de entrega: Final de abril de 2014
Capacidade FIFA: 41.456 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 43 mil pessoas
Orçamento inicial: R$ 184,5 milhões
Orçamento final: R$ 326,7 milhões
Problemas: Sofreu com as greves e é o estádio mais atrasado dentre as sedes da Copa. Em janeiro, a FIFA ameaçou retirar a casa do Atlético-PR do mundial e exigiu um acréscimo na quantidade de operários que trabalham na obra. Cerca de 500 trabalhadores foram contratados para a etapa final de construção. No dia 18 de fevereiro, mais uma inspeção será feita para decidir se a Arena tem, ou não, condições de receber jogos da Copa do Mundo
Curiosidades: Foi o primeiro estádio brasileiro construído no formato de Arena e, por isso, era considerado um dos mais simples a ser reformado, o que não se concretizou
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6. Porto Alegre: Beira Rio
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6/11 (Portal da Copa)
Previsão inicial: Agosto de 2012
Previsão de entrega: Está 99% pronta 15 de fevereiro de 2014
Capacidade FIFA: 50.287 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 51.300 pessoas
Custo inicial: R$ 130 milhões.
Custo final: R$ 330 milhões
Problemas: Em 2012, impasses na assinatura do contrato entre o Internacional e a construtora Andrade Gutierrez deixaram as obras paralisadas por oito meses. Uma vistoria realizada em dezembro de 2013 constatou a presença de 63 operários estrangeiros trabalhando de maneira ilegal. A instalação da cobertura demorou a ser iniciada
Curiosidades: O estádio tem um conceito focado na sustentabilidade. As membranas da cobertura absorvem 65% menos calor. A água da chuva será reaproveitada para irrigação e limpeza. Os banheiros utilizam o sistema de descarga a seco, o que reduz o odor e o piso molhado
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7. Natal: Arena das Dunas
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7/11 (Portal da Copa)
Previsão inicial: Dezembro de 2012
Entregue oficialmente: 22 de janeiro de 2014
Capacidade FIFA: 42.086 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 42.000 pessoas (10.600 temporários)
Custo inicial: R$ 350 milhões
Custo final: R$ 400 milhões
Problemas: Alguns problemas de acabamento foram identificados na abertura do estádio. Faltou condicionares de ar em algumas áreas. Em outras era possível observar tapumes remanescentes das obras
Curiosidades: Com um estilo ousado, a Arena das Dunas surpreendeu pela beleza. É considerada uma das mais bonitas das últimas Copas
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8. Cuiabá: Arena Pantanal
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8/11 (Divulgação)
Previsão inicial: Dezembro 2012
Previsão de entrega: Está 95% pronta, conclusão para o final de março/ início abril de 2014
Capacidade FIFA: 42.968 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 44.300 (18 mil temporários)
Custo inicial: R$ 454,2 milhões
Custo final: R$ 570 milhões
Problemas: Está com o cronograma atrasado. O futebol do Mato Grosso carece de clubes com tradição, portanto encher o estádio após a Copa e fazê-lo rentável é um dos grandes desafios do Comitê Organizador Local. O gramado apresentou falhas e teve der ser replantado
Curiosidades: Houve um princípio de incêndio e um protesto de professores durantes as obras
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9. Fortaleza: Arena Castelão
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9/11 (Portal da Copa)
Previsão inicial: Dezembro 2012
Entregue oficialmente: 16 de dezembro de 2012
Capacidade FIFA: 58.704 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 63.903 pessoas
Custo inicial: R$ 623 milhões
Custo final: R$ 518,6 milhões
Problemas: O entorno do estádio ainda apresenta deficiências na questão da mobilidade. Algumas das principais vias estão interditadas por conta das obras, o que prejudica o acesso ao torcedor
Curiosidades: Foi o primeiro estádio a ficar pronto e o único que custou menos do que o previsto
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10. Salvador: Arena Fonte Nova
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10/11 (Governo Federal/Portal da Copa)
Previsão inicial: Dezembro de 2012
Entregue oficialmente: 5 de abril de 2013
Capacidade FIFA: 52.048 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 55 mil pessoas (5 mil lugares provisórios)
Custo inicial: R$ 591,7 milhões
Custo final: R$ 689,4 milhões
Problemas: Torcedores alegaram que existem pontos cegos nas arquibancadas do estádio, que impedem a perfeita visualização da partida
Curiosidades: Na inauguração da Fonte Nova, torcedores do Bahia, revoltados com a derrota para o rival Vitória, arremessaram Caxirolas no gramado. Após várias discussões, o acarajé, símbolo da culinária da Bahia foi liberado para venda, com o tempero típico das baianas
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11. Manaus: Arena Amazônia
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11/11 (Bruno Kelly/Reuters)
Previsão inicial: Dezembro de 2012
Previsão de entrega: Está 99% pronta, deve ser inaugurada ainda em fevereiro 2014
Capacidade FIFA: 42.337 pessoas
Capacidade Portal da Copa: 44 mil pessoas
Custo inicial: R$ 515 milhões
Custo final: 669,5 milhões
Problemas: Três operários morreram nas obras da Arena Amazônia. As chuvas atrasaram a finalização do estádio. Sem times de expressão, corre o risco de se transformar em um “Elefante Branco”
Curiosidades: A distância da Arena Manaus para as demais sedes e os altos índices de umidade da região prometem ser um fator negativo para as seleções que irão jogar na Amazônia