Segundo a Fiesp, são necessários 30 mil novos postos de trabalho para a indústria voltar ao nível anterior a crise (Arquivo)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
São Paulo - O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, prevê que no fim deste ano ou no início de 2011 a indústria paulista recupere o nível de emprego registrado antes do pior momento da crise financeira internacional, em setembro de 2008. Segundo ele, há hoje uma defasagem próxima de 30 mil vagas para atingir aquele patamar.
"Mas isso não significa que o nível de atividade da indústria não se recuperou", comentou. O diretor da Fiesp tem dito que, com a crise, as empresas precisaram encontrar alternativas, adotar processos de redução de custos e aumentar a produtividade o que fez com que suas unidades fabris operassem com vigor, com um número um pouco menor de pessoas.
Na avaliação de Francini, o único setor que se destaca na redução de postos de trabalho é o de produção de álcool e açúcar. Em agosto, esse segmento registrou uma redução líquida de 1.684 empregos, o que representou uma queda de 2,1% em relação a julho. Dentro da pesquisa de nível de emprego realizada pela Fiesp, as empresas daquele setor estão enquadradas, em termos técnicos, como fabricantes de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis. No acumulado do ano, o setor apresentou a criação de 46.338 vagas.
Segundo Francini, existe um processo de flagrante mecanização de colheita de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo que, em 2015, deve atingir 90% das plantações. Ele ilustrou esse fenômeno ao citar reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, publicada no último domingo, na qual ex-trabalhadores em fazenda de cana no interior passaram a atuar na construção civil. "O sujeito acaba se virando como é possível."
No entanto, Francini destacou que todos os setores produtivos da indústria paulista estão apresentando desempenho positivo no ano o que levou o nível de emprego a apresentar uma alta de 7,49% de janeiro a agosto. Esta é a marca recorde da série para o período que representou a geração de 180 mil vagas líquidas.
No mês passado, dos 22 setores analisados pela Fiesp, 15 apresentaram desempenho positivo, seis tiveram queda e um ficou estável. Francini destacou que, no ano, somente junho e agosto apresentaram 15 setores positivos em relação à geração de empregos. Nos outros meses do ano, o resultado foi superior e chegou a atingir o pico de 21 áreas positivas em maio.
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