Brasil

Fazenda acelera ação para tentar acordo tributário com empresas

O Orçamento deste ano prevê R$ 12 bilhões em novas receitas, fruto desses acordos entre governo e contribuintes

Haddad: ministro quer acelerar acordo tributário com empresa (Andressa Anholete/Getty Images)

Haddad: ministro quer acelerar acordo tributário com empresa (Andressa Anholete/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 17 de abril de 2024 às 09h13.

A pedido do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que mira o déficit zero em 2024, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) vai acelerar o calendário das transações ligadas a grandes teses tributárias - disputas de ampla repercussão no Judiciário, que envolvem cifras bilionárias e empresas de porte expressivo, como, por exemplo, a Petrobras.

O Orçamento deste ano prevê R$ 12 bilhões em novas receitas, fruto desses acordos entre governo e contribuintes, que buscam a resolução de litígios pela via negociada. A PGFN avalia, porém, que a cifra poderá ser maior, pois a adesão surpreendeu nas primeiras tratativas. Nesse cenário, a ordem dentro da equipe econômica é acelerar os editais, de olho no aumento de arrecadação.

O governo busca novas receitas para melhorar suas contas. Anteontem, a equipe econômica anunciou mudanças nas metas fiscais como forma de tentar encaixar despesas já contratadas com a arrecadação.

"Há uma pressão, uma cobrança do ministro da Fazenda (Fernando Haddad). Se a gente fosse (fazer) um (edital) de cada vez, que era o que a gente estava imaginando, talvez a gente nem conseguisse chegar aos R$ 12 bilhões", afirmou a procuradora-geral da Fazenda Nacional, Anelize de Almeida.

Desse total, dois editais são relacionados à base de cálculo do PIS e da Cofins, que são contribuições federais; outro trata das subvenções ligadas ao ICMS, que são concedidas pelos Estados e impactam o recolhimento de impostos federais - o tema foi alvo de lei em 2023, a qual já previa a possibilidade de transação; e o quarto envolve disputas de corretoras e bancos com o Fisco após o processo de fusão da Bovespa com a BM? ou desconto de 35% com entrada de 10% e o restante em 24 vezes. Esses termos, porém, foram alvo de sugestões na consulta pública, com as empresas buscando alongar o pagamento e ampliar o desconto - o que está em discussão, segundo a PGFN.

Operação

As transações tributárias nada mais são do que uma espécie de acordo entre governo e contribuinte para o pagamento de dívidas e resolução de litígios.

Nesse tipo de acordo, o contribuinte confessa a dívida e acerta o pagamento em novas condições. Em troca, o governo oferece descontos em juros e multas e condições de parcelamento que sejam compatíveis com a capacidade de pagamento. A modalidade foi criada em 2019 no País e começou a ser implantada em 2020.

No ano passado, as regras das transações foram aprimoradas pela nova lei do Carf, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. A nova legislação, além de retomar o voto de desempate a favor da Receita, também flexibilizou diretrizes para negociações.

Atualmente, a PGFN realiza três tipos de transação: as de pequeno valor, que envolvem débitos inscritos na dívida ativa da União com valor limitado a 60 salários mínimos; as referentes a créditos tributários em disputa no Carf ou já inscritos em dívida ativa (que devem somar R$ 24 bilhões em 2024); e, por fim as ligadas às grandes teses tributárias, que envolvem temas em debate nos tribunais (cuja expectativa de arrecadação pode superar os R$ 12 bilhões projetados no Orçamento).

No ano passado, a PGFN recuperou R$ 48,3 bilhões em créditos tributários, alta de 23% em relação a 2022.

Acompanhe tudo sobre:Fernando HaddadCarga tributária

Mais de Brasil

Previsão do tempo: RS volta a enfrentar chuvas e geadas; temperaturas no Sudeste serão mais amenas

Governo do RS convoca policiais e bombeiros aposentados 'para reforçar estruturas de segurança'

Prefeito diz que "não há imóveis disponíveis" em Porto Alegre para tantos desabrigados

Julgamento no TSE que pode cassar mandato de Moro acontece nesta quinta; assista ao vivo

Mais na Exame