Operação no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro (Arquivo/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2011 às 17h47.
Rio de Janeiro - A participação do Exército será ampliada para o interior do complexo do Alemão numa segunda etapa da ocupação do conjunto de favelas, que foi retomado pelas tropas de segurança no último domingo, segundo o general Adriano Pereira, chefe do Comando Militar do Leste.
De acordo com ele, as tropas deixarão de atuar apenas no entorno do complexo do Alemão e passarão a acessar o interior da comunidade, que reúne cerca de 400 mil habitantes.
"Hoje estamos na garantia da segurança do perímetro do Alemão. Agora há uma nova diretriz, que vai estender para o interior da área", disse o general à Reuters nesta terça-feira.
O militar afirmou que aguarda um documento do Ministério da Defesa traçando as linhas de atuação, bem como a autorização da permanência de tropas do Exército até outubro do ano que vem, para que seja instalada uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na comunidade.
Nesta terça-feira o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, formalizou um pedido para que 2 mil homens das Forças Armadas sigam no conjunto de favelas até a instalação da UPP na comunidade.
Também nesta terça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assegurou que as forças federais ficarão no Estado o tempo que for necessário para que seja garantida a paz no Rio de Janeiro.
"A minha estimativa inicial é de uma necessidade de 1.800 a 2 mil homens para lá. Isso só será definido quando fecharmos o planejamento, que começará a ser feito amanhã (quarta-feira)", disse o general.
"Espero concluir esse planejamento até o final de semana. Precisamos de instalações permanentes, com contêineres, dormitórios e banheiros. Hoje estamos com barracas lá e, por um mês, dá para a gente segurar", completou o comandante militar do leste.
Ele estima que após a autorização do Ministério da Defesa, a partir de janeiro esse efetivo pedido pelo governo do Estado já esteja permanentemente no conjunto de favelas do Alemão.
"Se o planejamento for rápido, pode ser até antes disso. Precisamos de uma análise in loco, porque estamos só na orla da favela. Vamos nos planejar junto com a polícia vendo a situação lá dentro", disse.
O general considerou bem-sucedida a operação de retomada do Alemão. "O trabalho foi bom. Tiramos muito armamento e houve prisões e apreensões", avaliou.