Brasil

EXAME/IDEIA: Desaprovação de Bolsonaro se mantém recorde há dois meses

O passo lento da vacinação contra a covid-19 no Brasil é o principal motivo que aumenta o sentimento negativo em relação ao governo federal

Presidente Jair Bolsonaro. (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Presidente Jair Bolsonaro. (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 21 de maio de 2021 às 07h01.

Última atualização em 21 de maio de 2021 às 09h44.

A avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro está no pior momento desde que assumiu a cadeira presidencial, em janeiro de 2019. Os brasileiros que consideram o governo como ruim ou péssimo somam 50%. O valor está neste patamar há dois meses, oscilando apenas dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Aqueles que avaliam a gestão como ótima ou boa são 24%, e os que consideram regular, 22%.

Os dados são da mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Invest Pro, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.243 pessoas entre os dias 17 e 20 de maio. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. Confira a pesquisa completa.

A principal insatisfação da população é a morosidade no processo de vacinação contra a covid-19. Enquanto nos Estados Unidos qualquer pessoa acima de 18 anos pode se vacinar em poucas horas, o Brasil ainda está na fase de imunização do grupo prioritário, composto por 77 milhões de pessoas. Estimativas do próprio Ministério da Saúde apontam que esta etapa será concluída apenas em setembro, e a imunização de toda a população deve avançar para 2022.

“A gente percebe que ao longo do tempo houve um aumento no índice ruim e péssimo nas classes A e B (53%), de renda mais alta, o que significa uma impaciência em relação ao ritmo de vacinação. A pesquisa também mostra que tanto a expectativa de vacinação quanto o ritmo estão aquém do esperado da população brasileira e isso se relaciona bastante com a atual avaliação e aprovação do governo federal”, explica Maurício Moura, fundador do IDEIA, instituto de pesquisa.

Moura ainda pontua que há uma expectativa muito grande em uma nova prorrogação do auxílio emergencial até o fim do ano. "Isso afeta diretamente a popularidade presidencial, é uma variável muito importante na questão da popularidade. E a vacinação também pela expectativa não cumprida", afirma.

A avaliação positiva caiu mesmo no grupo que é considerado a “fortaleza” do presidente: os evangélicos. Em janeiro deste ano, os que avaliavam a gestão de Bolsonaro como boa ou ótima eram 45%. Já na pesquisa EXAME/IDEIA desta sexta-feira, 21, caiu para 39%. Neste grupo, os que consideram o governo ruim ou péssimo somam 31%.

Outra queda significativa foi na região Norte, a mais impactada pelo auxílio emergencial, como explica Maurício Moura. Durante todo o mês de abril, o governo federal fez o pagamento da primeira parcela do benefício a 45 milhões de brasileiros. E o reflexo veio logo em seguida. Na última pesquisa EXAME/IDEIA, de duas semanas atrás, os moradores do Norte que consideravam a gestão ótima ou boa somavam 41%. Agora, esta avaliação caiu para 36%.


O podcast EXAME Política vai ao ar todas as terças-feiras. Clique aqui para ver o canal no Spotify, ou siga em sua plataforma de áudio preferida, e não deixe de acompanhar os próximos programas.

Assine a EXAME e acesse as notícias mais importante em tempo real.

Acompanhe tudo sobre:Auxílio emergencialCoronavírusEXAME/IDEIAJair BolsonaroPandemiavacina contra coronavírus

Mais de Brasil

Cresce número de mulheres prefeitas no 1º turno, mas elas são apenas 13% do total

Lula "troca" Boulos por Putin e deve embarcar para Rússia na véspera do segundo turno

Análise: Nunes no 2º turno fortalece Tarcísio, que sai vitorioso em meio à 'direita fraturada' em SP

Após 12 convites, campanha de Nunes sugere a realização de apenas três debates no 2º turno em SP