Ex-ministro chefiou mini-Pasadenas sob investigação
Miguel Rossetto comandou a Petrobras Biocombustível de 2009 a 2014
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2014 às 08h53.
Brasília - O novo integrante da campanha presidencial da candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, ex-ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), fazia parte da cúpula da Petrobras Biocombustível quando a empresa realizou operações que hoje estão sob auditoria no Tribunal de Contas da União.
Rossetto comandou a subsidiária da Petrobras de 2009 a 2014 - período em que foram adquiridas duas usinas de biodiesel - uma em Marialva (PR) e outra em Passo Fundo (RS).
Pelas acusações de que o preço pago em Marialva estaria bem acima do valor, as duas compras ficaram conhecidas no TCU como "mini-Pasadenas" - referência à polêmica compra da refinaria de Pasadena , nos Estados Unidos.
O ministro José Jorge, que foi relator do caso Pasadena, disse nesta terça-feira, 9, que o episódio pode ter desdobramento semelhante. "Se ficarem comprovadas as acusações feitas e apurado o valor maior de pagamento, pode ter desdobramentos como o processo de Pasadena, em extensão menor porque os valores são menores", disse Jorge.
Auditoria
No caso envolvendo a gestão de Rossetto, o TCU determinou, em maio, a abertura de auditoria para apurar possível sobrepreço nas operações e verificar se foi regular a aquisição de participação societária nos dois negócios.
Os investimentos nas duas plantas somam cerca de R$ 200 milhões. A auditoria deve terminar em outubro.
O caso chegou ao tribunal após pedido da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara, presidida pelo deputado Paulo Feijó (PR-RJ).
A relatoria no TCU ficou também a cargo de José Jorge, que, no caso Pasadena, apontou prejuízo de US$ 792 milhões com a operação e votou pelo bloqueio de bens de ex-dirigentes.
Reação
Em nota ao jornal O Estado de S. Paulo, Rossetto disse que já se colocou à disposição "para contribuir com todos os órgãos de controle".
O texto, encaminhado pela campanha de Dilma Rousseff, afirma que "os administradores públicos têm seus atos fiscalizados pelos órgãos de controle. É bom que seja assim". Procurada, a Petrobras Biocombustível não se manifestou até a noite de terça.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.