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Dilma diz que países emergentes manterão papel estratégico

Discurso da presidente no Fórum Econômico Mundial acontece num momento de forte aversão de investidores a ativos de países emergentes

Presidenta Dilma Rousseff durante discurso na Sessão Plenária do Fórum Econômico Mundial 2014, em Davos (Roberto Stuckert Filho/PR)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 15h33.

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que o papel dos países emergentes continuará a ser estratégico para a economia mundial, durante discurso em sua primeira participação no Fórum Econômico Mundial em Davos como chefe de Estado.

"Ainda que as economias desenvolvidas mostrem claros indícios de recuperação, as economias emergentes continuarão a desempenhar um papel estratégico", disse Dilma, para quem "é apressada a tese segunda a qual, depois da crise, as economias emergentes serão menos dinâmicas".

"Estamos falando dos países com as maiores oportunidades de investimento e de ampliação do consumo", acrescentou, listando que há demanda por infraestrutura diversificada nessas nações e processo de mobilidade social.

"Serão muito dinâmicas porque lá estão grandes oportunidades, até porque os fluxos atuais de investimento e comércio e as elevadas taxas de emprego e o horizonte de oportunidades destas economias apontam em outra direção, na direção das oportunidades", argumentou.

O discurso da presidente no Fórum Econômico Mundial acontece num momento de forte aversão de investidores a ativos de países emergentes.

No Brasil, o dólar superou o patamar de 2,40 reais na quinta-feira, no maior nível em cinco meses, e o principal índice de ações da Bovespa caiu 2 por cento. Nesta sexta, o dólar chegou a subir 1,3 por cento na máxima, mas perdeu força à tarde e operava perto da estabilidade. O Ibovespa recuava.

Dilma aproveitou o discurso para reiterar o compromisso de seu governo com os fundamentos macroeconômicos e convocou investidores a colocar dinheiro no Brasil.

"O controle da inflação e o equilíbrio das contas públicas são requisitos essenciais para assegurar a estabilidade", afirmou. "A inflação no Brasil permanece sob controle... Os resultados obtidos até aqui estão dentro do intervalo admitido por este regime monetário. Reitero que buscamos com determinação a convergência para o centro da meta inflacionária."


Ao defender as contas públicas, que têm sido alvo de críticas pela falta de clareza do governo, a presidente disse que a responsabilidade fiscal "é um princípio basilar da nossa visão de desenvolvimento econômico e social" e que "as despesas correntes do governo federal estão sob controle".

Dilma afirmou que o Brasil definirá uma meta de superávit primário para 2014 "consistente com essa tendência de redução do endividamento público", sem dar mais detalhes.

Nos últimos meses, o Brasil tem convivido com a possibilidade das agências de avaliação de risco reduzirem a nota de crédito do país. No ano passado, a Standard & Poor's rebaixou para negativa a perspectiva para o rating brasileiro --atualmente em "BBB".

Para Dilma, é importante aprimorar o controle das contas de Estados e municípios, "para tornar mais efetiva e transparente a geração de superávit primário de todos os entes federados".

O governo central (que inclui os resultados de Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) cumpriu sua parte da meta de superávit primário de 2013. Mas o superávit consolidado do ano passado --que será divulgado na semana que vem-- não deve chegar à meta pela economia para pagamento de juros da dívida aquém do esperado por Estados e municípios.

Bancos Públicos

Em busca de uma reaproximação com o mercado, Dilma disse ainda que o papel dos bancos públicos será modificado para dar mais espaço aos mecanismos privados de crédito.

No fim de 2008, após o colapso do banco norte-americano Lehman Brothers, o governo brasileiro orientou os bancos públicos a irrigar dinheiro na economia, dentro de uma ampla política anticíclica que vem sendo agora desmontada.

"Com a normalização dos mercados globais, a orientação estratégica do governo é para que essas instituições públicas retornem às suas vocações naturais", disse Dilma, sem dizer quando e como isso será feito.

Ela voltou a defender que o modelo de crescimento pelo consumo no Brasil não está esgotado e aproveitou a oportunidade para convocar investidores estrangeiros e nacionais a continuar colocando dinheiro no Brasil.

"O Brasil é hoje uma das mais amplas fronteiras de oportunidades de negócios. Nosso sucesso nos próximos anos estará associado à parceria com os investidores do Brasil e de todo mundo." "Meu governo adotou medidas para estreitar ainda mais essa relação. Aspectos da conjuntura recente não devem obscurecer essa realidade", disse.

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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que o papel dos países emergentes continuará a ser estratégico para a economia mundial, durante discurso em sua primeira participação no Fórum Econômico Mundial em Davos como chefe de Estado.

"Ainda que as economias desenvolvidas mostrem claros indícios de recuperação, as economias emergentes continuarão a desempenhar um papel estratégico", disse Dilma, para quem "é apressada a tese segunda a qual, depois da crise, as economias emergentes serão menos dinâmicas".

"Estamos falando dos países com as maiores oportunidades de investimento e de ampliação do consumo", acrescentou, listando que há demanda por infraestrutura diversificada nessas nações e processo de mobilidade social.

"Serão muito dinâmicas porque lá estão grandes oportunidades, até porque os fluxos atuais de investimento e comércio e as elevadas taxas de emprego e o horizonte de oportunidades destas economias apontam em outra direção, na direção das oportunidades", argumentou.

O discurso da presidente no Fórum Econômico Mundial acontece num momento de forte aversão de investidores a ativos de países emergentes.

No Brasil, o dólar superou o patamar de 2,40 reais na quinta-feira, no maior nível em cinco meses, e o principal índice de ações da Bovespa caiu 2 por cento. Nesta sexta, o dólar chegou a subir 1,3 por cento na máxima, mas perdeu força à tarde e operava perto da estabilidade. O Ibovespa recuava.

Dilma aproveitou o discurso para reiterar o compromisso de seu governo com os fundamentos macroeconômicos e convocou investidores a colocar dinheiro no Brasil.

"O controle da inflação e o equilíbrio das contas públicas são requisitos essenciais para assegurar a estabilidade", afirmou. "A inflação no Brasil permanece sob controle... Os resultados obtidos até aqui estão dentro do intervalo admitido por este regime monetário. Reitero que buscamos com determinação a convergência para o centro da meta inflacionária."


Ao defender as contas públicas, que têm sido alvo de críticas pela falta de clareza do governo, a presidente disse que a responsabilidade fiscal "é um princípio basilar da nossa visão de desenvolvimento econômico e social" e que "as despesas correntes do governo federal estão sob controle".

Dilma afirmou que o Brasil definirá uma meta de superávit primário para 2014 "consistente com essa tendência de redução do endividamento público", sem dar mais detalhes.

Nos últimos meses, o Brasil tem convivido com a possibilidade das agências de avaliação de risco reduzirem a nota de crédito do país. No ano passado, a Standard & Poor's rebaixou para negativa a perspectiva para o rating brasileiro --atualmente em "BBB".

Para Dilma, é importante aprimorar o controle das contas de Estados e municípios, "para tornar mais efetiva e transparente a geração de superávit primário de todos os entes federados".

O governo central (que inclui os resultados de Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) cumpriu sua parte da meta de superávit primário de 2013. Mas o superávit consolidado do ano passado --que será divulgado na semana que vem-- não deve chegar à meta pela economia para pagamento de juros da dívida aquém do esperado por Estados e municípios.

Bancos Públicos

Em busca de uma reaproximação com o mercado, Dilma disse ainda que o papel dos bancos públicos será modificado para dar mais espaço aos mecanismos privados de crédito.

No fim de 2008, após o colapso do banco norte-americano Lehman Brothers, o governo brasileiro orientou os bancos públicos a irrigar dinheiro na economia, dentro de uma ampla política anticíclica que vem sendo agora desmontada.

"Com a normalização dos mercados globais, a orientação estratégica do governo é para que essas instituições públicas retornem às suas vocações naturais", disse Dilma, sem dizer quando e como isso será feito.

Ela voltou a defender que o modelo de crescimento pelo consumo no Brasil não está esgotado e aproveitou a oportunidade para convocar investidores estrangeiros e nacionais a continuar colocando dinheiro no Brasil.

"O Brasil é hoje uma das mais amplas fronteiras de oportunidades de negócios. Nosso sucesso nos próximos anos estará associado à parceria com os investidores do Brasil e de todo mundo." "Meu governo adotou medidas para estreitar ainda mais essa relação. Aspectos da conjuntura recente não devem obscurecer essa realidade", disse.

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