Eleições municipais: Lula diz que vai fazer campanha contra 'adversários ideológicos'
Lula afirmou que irá se reunir com ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para discutir um plano de segurança pública para o país, mas não detalhou medidas
Agência de notícias
Publicado em 20 de junho de 2024 às 13h44.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que fará campanha contra "adversários ideológicos" nas eleições municipais de outubro, mas ponderou que precisará ter cuidado para não ter "um revés no Congresso Nacional" com eventuais descontentamentos de partidos que integram a base do governo.
— O papel do presidente da República é um papel que exige mais cuidado e responsabilidade. Tenho que levar em conta que, embora pertença a um partido político, tenho uma base de apoio no Congresso Nacional que extrapola meu partido. Então tenho que levar em conta se nas cidades esses partidos que me apoiam estão disputando, tenho que levar em conta quem são os adversários e aí naquele que o adversário ideológico ou adversário negacionista, você pode ter certeza que eu vou fazer campanha — afirmou em entrevista à rádio Verdinha de Fortaleza (CE) nesta quinta-feira.
O presidente tem se empenhado pessoalmente na candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) à Prefeitura de São Paulo. Na cidade, Boulos vai enfrentar Ricardo Nunes (MDB) e Tábata Amaral (PSB), ambos integram partidos que compõem o arco de aliança da base do governo.
Lula seguiu afirmando que fará campanha após às 18h:
— Vou cumprir meu horário de trabalho em Brasília e vou ficar trabalhando até 18h, mas quando der 18h, que todo mundo tem direito de ir para casa, eu vou fazer campanha para os candidatos que eu acho que vão melhorar a vida do povo, mas com muito cuidado porque eu não posso ser pego de surpresa e depois ter um revés no Congresso Nacional de descontentamento — disse o presidente.
Lula também disse que irá se reunir com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski para discutir um plano de segurança pública para o país. O presidente foi questionado sobre o que governo tem feito para melhorar a segurança do Brasil, a pergunta ocorreu no contexto de uma chacina que matou sete pessoas em Viçosa do Ceará (CE) na madrugada desta quinta-feira.
— O ministro Lewandowski está com uma proposta para apresentar para mim já faz 15 dias, eu vou ouvir a proposta dele, com a participação na mesa dos meus ministros que já foram governadores. Quero pegar essa experiência acumulada dos ministros que já foram governadores para que a gente possa chamar os governadores que estão exercendo o cargo hoje e fazer uma discussão.
Os ministros de Lula que já foram governadores são Rui Costa, ministro da Casa Civil que governou a Bahia; Camilo Santana, ministro da Educação que comandou o Ceará; ministro de Desenvolvimento Social, Wellington Dias, que foi governador do Piauí e ministro de Integração Nacional, Waldez Góes, que governou o Amapá. Lula, no entanto, não deu detalhes sobre o plano de segurança que está em elaboração pelo Ministério da Justiça.
— A gente não pode construir algo que seja ineficaz, anunciar algo que depois não funcione. Só temos que anunciar uma coisa se for melhor do que o já tem, para fazer mais do que tem e evitar mais violência do que já se tem hoje. É preciso pensar muito para não fazer pirotecnia, anunciar uma coisa e depois não acontece nada.
Lula chegou a Fortaleza no final da manhã desta quinta-feira para um pacote de anúncios do Ministério da Educação e inauguração de residencial do Minha Casa, Minha Vida. Lula anunciará R$ 778,9 milhões voltados para expansão e consolidação de instituições federais de ensino e da saúde no Ceará.
Serão beneficiadas a Universidade Federal do Ceará (UFC), a Universidade Federal do Cariri (UFCA), a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Também serão lançadas pedras fundamentais do novo Hospital Universitário da UFC e do Hospital Universitário do Cariri (UFCA).
Na sexta-feira, o presidente vai a Teresina (PI), onde fará anúncios de cessões de terrenos da União e, depois, irá a São Luís (MA), onde participa da cerimônia de renovação do contrato de concessão do Porto do Itaqui.