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Eleições: 214 prefeitos podem ser eleitos com apenas um voto; entenda

O levantamento mostra que, na série histórica de 2000 a 2024, esse é o maior número de candidaturas únicas na disputa pelas prefeituras

(© Abdias Pinheiro/SECOM/TSE/Agência Brasil)
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 21 de agosto de 2024 às 17h36.

Última atualização em 21 de agosto de 2024 às 17h59.

Em 214 municípios do Brasil, 4% do total, ocandidato ao cargo de prefeito poderá ser eleito com apenas um voto. Segundo levantamento da Confederação Nacional de Municípios, divulgado na terça-feira, 20, essas cidades possuem apenas um candidato registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições deste ano.

De acordo com a legislação eleitoral, é eleito prefeito  o candidato que tiver a maioria dos votos válidos, excluídos os brancos e nulos. Por isso, se o candidato receber um único, ou votar em si mesmo, ele estará eleito.

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O levantamento mostra que, na série histórica de 2000 a 2024, esse é o maior número de candidaturas únicas na disputa pelas prefeituras. O cenário dobrou em comparação com 2020, quando essa situação foi observada em 107 municípios. Além disso, nas eleições deste ano há uma queda no total de candidatos às prefeituras: 15.441, enquanto na eleição passada foram 19.379, uma redução de 20,3%.

“É uma queda significativa. Quando avaliamos todos esses dados juntos, pensamos na hipótese mais provável de que os desafios crescentes desestimulam as pessoas a entrarem na disputa eleitoral, especialmente para a vaga de prefeito”, analisa o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. “E não falo apenas da falta de recursos financeiros e de apoio técnico. As dificuldades incluem questões burocráticas e entraves jurídicos, que tornam a vida pública muito penosa na ponta.”

Rio Grande do Sul tem o maior número de candidaturas únicas

Das cidades com candidatura única, a maioria, cerca de 61%, está registrada nos estados do Rio Grande do Sul, com 43; Minas Gerais, com 41; São Paulo, com 26; e Goiás, com 20. No outro extremo, não haverá candidaturas únicas no Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Espírito Santo e Roraima.

Nos recortes regionais, o Sudeste concentra 68 cidades com candidaturas únicas (32%), seguido pela Região Sul (66 candidaturas ou 31%), Nordeste (37 candidaturas ou 17%), Centro-Oeste (30 candidaturas ou 15%) e Norte (11 candidaturas ou 5%).

O levantamento mostra que metade das cidades do país possui duas candidaturas (2.738 ou 49%), seguida das cidades com três candidatos (1.507 cidades ou 27% do total). A conclusão é que há um padrão populacional na quantidade de candidatos: quanto maior a população local, maior a quantidade de candidatos.

Os dados mostram que a média populacional das cidades com candidato único é de 6,7 mil habitantes, o que indica que essa situação, em geral, ocorre com mais frequência nas pequenas cidades brasileiras. Na lista de 214 candidatos únicos de 2024, o município com menor população é Borá (SP), com 907 habitantes, e o de maior população é Batatais (SP), que possui 58.402 habitantes.

O perfil das candidaturas únicas para prefeitura está concentrado entre homens brancos e casados, com menor grau de escolaridade comparado ao total das candidaturas, e idade média de 49 anos. Na relação de partidos, 64% dos nomes pertencem a quatro siglas: MDB, PSD, PP e União, partidos considerados do bloco que formam o centrão no Congresso. Esses partidos detêm 42% do número total de candidatos nestas eleições.

A maioria dos candidatos únicos está em busca da reeleição em 2024, sendo sete a cada dez. Ou seja, do universo de 214 candidaturas únicas, espera-se 154 gestores reeleitos e 60 novos prefeitos ou prefeitas. Esse número pode sofrer variações conforme mais registros de candidaturas, finalizados no dia 15 de agosto, forem incluídos na base de dados.

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