Dilma critica saída de senador boliviano sem salvo-conduto
Presidente rejeitou declaração do diplomata brasileiro que assumiu a responsabilidade pelo episódio alegando que se sentia no Doi-Codi
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2013 às 14h01.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff criticou duramente nesta terça-feira a retirada sem-salvo conduto do senador boliviano Roger Pinto da embaixada do Brasil em La Paz e rejeitou declaração do diplomata brasileiro que assumiu a responsabilidade pelo episódio alegando que se sentia no Doi-Codi, órgão de repressão do regime militar brasileiro.
"Eu estive no Doi-Codi, eu sei o que é o Doi-Codi, e asseguro a vocês, é tão distante o Doi-Codi da embaixada brasileira lá em La Paz como é distante o céu do inferno. Literalmente isso", disse a presidente a jornalistas no Congresso Nacional, após participar de cerimônia em que recebeu o relatório da CPI sobre a violência contra a mulher.
Dilma foi militante de esquerda durante o regime militar (1964-1985) e foi presa e torturada pela repressão aos opositores do regime. O Doi-Codi era o Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna, órgão de repressão do regime militar.
A presidente criticou a decisão assumida pelo encarregado de negócios da embaixada do Brasil em La Paz, Eduardo Saboia, de retirar Pinto da embaixada brasileira sem salvo-conduto, e disse que a situação colocou a vida do senador boliviano em risco.
O Brasil concedeu asilo político a Pinto, um crítico do presidente boliviano, Evo Morales, em meados de 2012, mas as autoridades bolivianas não deram ao senador um salvo-conduto necessário para que ele saísse do país.
O senador deixou a Bolívia na sexta-feira a bordo de um carro da embaixada brasileira, que percorreu 1.500 quilômetros até cruzar a fronteira, sem o conhecimento das autoridades bolivianas.
"Não tem nenhum fundamento acreditar que é possível que um governo, em qualquer país do mundo, aceite submeter a pessoa que esta sob asilo a risco de vida", disse. "Se nada aconteceu, não é a questão, poderia ter acontecido. Um governo não negocia vida, um governo age para proteger a vida." O episódio provocou uma crise diplomática com o governo boliviano, que condenou a fuga do senador, e resultou na queda do ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota.
"Nós negociamos em vários momentos o salvo-conduto e não conseguimos. Lamento profundamente que um asilado brasileiro tenha sido submetido à insegurança que esse foi. Lamento, porque um Estado democrático e civilizado, a primeira coisa que faz é proteger a vida, sem qualquer outra consideração", acrescentou a presidente.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff criticou duramente nesta terça-feira a retirada sem-salvo conduto do senador boliviano Roger Pinto da embaixada do Brasil em La Paz e rejeitou declaração do diplomata brasileiro que assumiu a responsabilidade pelo episódio alegando que se sentia no Doi-Codi, órgão de repressão do regime militar brasileiro.
"Eu estive no Doi-Codi, eu sei o que é o Doi-Codi, e asseguro a vocês, é tão distante o Doi-Codi da embaixada brasileira lá em La Paz como é distante o céu do inferno. Literalmente isso", disse a presidente a jornalistas no Congresso Nacional, após participar de cerimônia em que recebeu o relatório da CPI sobre a violência contra a mulher.
Dilma foi militante de esquerda durante o regime militar (1964-1985) e foi presa e torturada pela repressão aos opositores do regime. O Doi-Codi era o Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna, órgão de repressão do regime militar.
A presidente criticou a decisão assumida pelo encarregado de negócios da embaixada do Brasil em La Paz, Eduardo Saboia, de retirar Pinto da embaixada brasileira sem salvo-conduto, e disse que a situação colocou a vida do senador boliviano em risco.
O Brasil concedeu asilo político a Pinto, um crítico do presidente boliviano, Evo Morales, em meados de 2012, mas as autoridades bolivianas não deram ao senador um salvo-conduto necessário para que ele saísse do país.
O senador deixou a Bolívia na sexta-feira a bordo de um carro da embaixada brasileira, que percorreu 1.500 quilômetros até cruzar a fronteira, sem o conhecimento das autoridades bolivianas.
"Não tem nenhum fundamento acreditar que é possível que um governo, em qualquer país do mundo, aceite submeter a pessoa que esta sob asilo a risco de vida", disse. "Se nada aconteceu, não é a questão, poderia ter acontecido. Um governo não negocia vida, um governo age para proteger a vida." O episódio provocou uma crise diplomática com o governo boliviano, que condenou a fuga do senador, e resultou na queda do ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota.
"Nós negociamos em vários momentos o salvo-conduto e não conseguimos. Lamento profundamente que um asilado brasileiro tenha sido submetido à insegurança que esse foi. Lamento, porque um Estado democrático e civilizado, a primeira coisa que faz é proteger a vida, sem qualquer outra consideração", acrescentou a presidente.