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Deputado diz que ajudou laboratório, mas nega influência

Ele disse jamais ter recebido pagamentos da indústria farmacêutica e colocou seu sigilo bancário à disposição dos órgãos de investigação

O deputado explicou que, entre 2007 e 2010, fez vários pedidos de audiência à Anvisa, encaminhados via e-mail à presidência (©AFP/Arquivo)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2012 às 16h09.

Brasília - O deputado federal Fábio Ramalho (PV-MG) admitiu nesta segunda-feira ter atuado junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para agilizar processos do laboratório Hipolabor, investigado por fraudes, mas negou ter praticado tráfico de influência em favor da empresa. Ele disse jamais ter recebido pagamentos da indústria farmacêutica e colocou seu sigilo bancário à disposição dos órgãos de investigação.

Conforme O Estado de S. Paulo revelou nesta segunda-feira, a Procuradoria Geral da República (PGR) analisa provas do suposto envolvimento do parlamentar com o Hipolabor, com sede em Minas Gerais. As informações foram obtidas durante a Operação Panaceia, desencadeada no Estado por uma força-tarefa integrada por Ministério Público, Polícia Civil e Receita Estadual, com apoio do Ministério da Justiça e da própria Anvisa.

Durante a operação, foram feitas escutas que indicam que o laboratório encaminhava demandas ao secretário de Saúde do Distrito Federal, Rafael Barbosa, que foi diretor adjunto de Agnelo Queiroz (PT) no órgão. O petista deixou a agência em 2010 para concorrer ao Governo do Distrito Federal.

E-mails apreendidos no ano passado mostram que o gabinete de Ramalho intermediava interesses do laboratório na agência. O apelido dele - "Fabinho" - consta de agenda com registros contábeis da diretoria do laboratório, na qual estão listados supostos repasses. O nome e o sobrenome do deputado também aparecem em documento que relaciona o suposto pagamento de viagens a ele.

"Nunca recebi nenhum centavo. Não faço nada para ninguém em troca de dinheiro. Minha consciência está tranquila", afirmou Ramalho, acrescentando que todas as suas viagens são feitas pela agência da Câmara. "Podem quebrar meu sigilo bancário na hora que quiserem."

O deputado explicou que, entre 2007 e 2010, fez vários pedidos de audiência à Anvisa, encaminhados via e-mail à presidência. O objetivo, segundo ele, era tratar do registro de medicamentos e demandas como a liberação de certificados de boas práticas, documentos exigidos em licitações de diversos órgãos públicos.

O parlamentar disse que atendeu aos pedidos do laboratório não por sua ligação pessoal com os diretores do Hipolabor, Ildeu Magalhães e Renato Alves da Silva, mas por se tratar de uma empresa sediada em Minas, que gera centenas de empregos: "Defendo a empresa nacional". Questionado se fez o mesmo por outras farmacêuticas , disse não se recordar.

"Qualquer pessoa que me pede qualquer tipo de audiência, eu atendo. Todos os pedidos são dentro da lei. Isso aí não tem tráfico de influência", assegurou.

O parlamentar afirmou que os encontros eram com técnicos e o então presidente da Anvisa, Dirceu Raposo. "Acompanhei algumas e pedi várias. Está tudo registrado em ata. Mas, depois desse problema (a Operação Panaceia), não vou mais", comentou.

Ramalho apresentou ofício de maio de 2011, semanas após a operação, no qual pede audiência com Raposo para tomar pé da situação do Hipolabor. Contudo, alega que não foi recebido.

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Brasília - O deputado federal Fábio Ramalho (PV-MG) admitiu nesta segunda-feira ter atuado junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para agilizar processos do laboratório Hipolabor, investigado por fraudes, mas negou ter praticado tráfico de influência em favor da empresa. Ele disse jamais ter recebido pagamentos da indústria farmacêutica e colocou seu sigilo bancário à disposição dos órgãos de investigação.

Conforme O Estado de S. Paulo revelou nesta segunda-feira, a Procuradoria Geral da República (PGR) analisa provas do suposto envolvimento do parlamentar com o Hipolabor, com sede em Minas Gerais. As informações foram obtidas durante a Operação Panaceia, desencadeada no Estado por uma força-tarefa integrada por Ministério Público, Polícia Civil e Receita Estadual, com apoio do Ministério da Justiça e da própria Anvisa.

Durante a operação, foram feitas escutas que indicam que o laboratório encaminhava demandas ao secretário de Saúde do Distrito Federal, Rafael Barbosa, que foi diretor adjunto de Agnelo Queiroz (PT) no órgão. O petista deixou a agência em 2010 para concorrer ao Governo do Distrito Federal.

E-mails apreendidos no ano passado mostram que o gabinete de Ramalho intermediava interesses do laboratório na agência. O apelido dele - "Fabinho" - consta de agenda com registros contábeis da diretoria do laboratório, na qual estão listados supostos repasses. O nome e o sobrenome do deputado também aparecem em documento que relaciona o suposto pagamento de viagens a ele.

"Nunca recebi nenhum centavo. Não faço nada para ninguém em troca de dinheiro. Minha consciência está tranquila", afirmou Ramalho, acrescentando que todas as suas viagens são feitas pela agência da Câmara. "Podem quebrar meu sigilo bancário na hora que quiserem."

O deputado explicou que, entre 2007 e 2010, fez vários pedidos de audiência à Anvisa, encaminhados via e-mail à presidência. O objetivo, segundo ele, era tratar do registro de medicamentos e demandas como a liberação de certificados de boas práticas, documentos exigidos em licitações de diversos órgãos públicos.

O parlamentar disse que atendeu aos pedidos do laboratório não por sua ligação pessoal com os diretores do Hipolabor, Ildeu Magalhães e Renato Alves da Silva, mas por se tratar de uma empresa sediada em Minas, que gera centenas de empregos: "Defendo a empresa nacional". Questionado se fez o mesmo por outras farmacêuticas , disse não se recordar.

"Qualquer pessoa que me pede qualquer tipo de audiência, eu atendo. Todos os pedidos são dentro da lei. Isso aí não tem tráfico de influência", assegurou.

O parlamentar afirmou que os encontros eram com técnicos e o então presidente da Anvisa, Dirceu Raposo. "Acompanhei algumas e pedi várias. Está tudo registrado em ata. Mas, depois desse problema (a Operação Panaceia), não vou mais", comentou.

Ramalho apresentou ofício de maio de 2011, semanas após a operação, no qual pede audiência com Raposo para tomar pé da situação do Hipolabor. Contudo, alega que não foi recebido.

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