Delator conta sobre confronto: "Você não tem vergonha?"
No elevador do prédio da Odebrecht, um gerente de obra em Angola questionou um funcionário do departamento de propina da empresa
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de abril de 2017 às 14h10.
O delator Hilberto Mascarenhas, da Odebrecht , relatou à Operação Lava Jat o, um episódio ocorrido na sede da empreiteira, em São Paulo.
No elevador do prédio da Odebrecht, um gerente de obra em Angola questionou um funcionário do Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propina da empreiteira, sobre pagamentos ilícitos.
Trabalhavam no setor de propina, com Hilberto Mascarenhas, os executivos Luiz Eduardo Soares e Fernando Migliaccio.
“Eu demiti um. Eu demiti um rapaz que procurou uma palhaçada. Entrei no elevador eu, Fernando e Luiz, e esse palhaço, na frente de outras pessoas, chegou para Fernando e disse: ‘Você não tem vergonha de estar dando dinheiro para esse povo, não?’. Fernando disse: ‘Eu nunca dei dinheiro a ninguém, não. Eu pago o que os outros mandam. Não sou eu que estou dando, não'”, relatou.
“Eu achei que o comportamento dessa pessoa, que era um gerente de uma obra em Angola, não cabia. Ainda mais no elevador que tinha 8, 10 pessoas, ele fazer um comentário desse. Eu liguei para o chefe dele e pedi a cabeça do rapaz. Pedi mesmo. Esse tipo de comportamento não pode ter. Até porque ele era uma das pessoas que em determinado momento, como diretor de uma obra, podia pedir.”
O Ministério Público Federal quis saber o nome do gerente. Hilberto Mascarenhas disse não lembrar.
“Nem quero saber mais.”
Segundo o delator, ‘os gerentes de obras sabiam’ do Setor de Operações Estruturadas.
O departamento ficava no escritório da empresa ‘no mesmo lugar de hoje, na Marginal’.
“Setor na época ficava no 16º andar, no cantinho do 16º andar. Eram três salas”, contou.
Hilberto Mascarenhas foi questionado se havia ‘uma cobertura’ para o departamento.
“Não, não”, afirmou. “Pelo contrário, era tratado… Você sabe quanto é a folha de pagamento da empresa que você trabalha? Por que você precisa saber o que é que eu faço na minha área? Não tinha que ficar divulgando o que fazia, nem ficar divulgando o que não fazia.”
O delator Hilberto Mascarenhas, da Odebrecht , relatou à Operação Lava Jat o, um episódio ocorrido na sede da empreiteira, em São Paulo.
No elevador do prédio da Odebrecht, um gerente de obra em Angola questionou um funcionário do Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propina da empreiteira, sobre pagamentos ilícitos.
Trabalhavam no setor de propina, com Hilberto Mascarenhas, os executivos Luiz Eduardo Soares e Fernando Migliaccio.
“Eu demiti um. Eu demiti um rapaz que procurou uma palhaçada. Entrei no elevador eu, Fernando e Luiz, e esse palhaço, na frente de outras pessoas, chegou para Fernando e disse: ‘Você não tem vergonha de estar dando dinheiro para esse povo, não?’. Fernando disse: ‘Eu nunca dei dinheiro a ninguém, não. Eu pago o que os outros mandam. Não sou eu que estou dando, não'”, relatou.
“Eu achei que o comportamento dessa pessoa, que era um gerente de uma obra em Angola, não cabia. Ainda mais no elevador que tinha 8, 10 pessoas, ele fazer um comentário desse. Eu liguei para o chefe dele e pedi a cabeça do rapaz. Pedi mesmo. Esse tipo de comportamento não pode ter. Até porque ele era uma das pessoas que em determinado momento, como diretor de uma obra, podia pedir.”
O Ministério Público Federal quis saber o nome do gerente. Hilberto Mascarenhas disse não lembrar.
“Nem quero saber mais.”
Segundo o delator, ‘os gerentes de obras sabiam’ do Setor de Operações Estruturadas.
O departamento ficava no escritório da empresa ‘no mesmo lugar de hoje, na Marginal’.
“Setor na época ficava no 16º andar, no cantinho do 16º andar. Eram três salas”, contou.
Hilberto Mascarenhas foi questionado se havia ‘uma cobertura’ para o departamento.
“Não, não”, afirmou. “Pelo contrário, era tratado… Você sabe quanto é a folha de pagamento da empresa que você trabalha? Por que você precisa saber o que é que eu faço na minha área? Não tinha que ficar divulgando o que fazia, nem ficar divulgando o que não fazia.”