Datafolha: 63% rejeitam candidato apoiado por Bolsonaro, contra 42% de Lula em SP
Dois principais nomes da política nacional já têm apadrinhados na disputa pelo comando da capital paulista
Agência de notícias
Publicado em 12 de março de 2024 às 15h41.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira mostra que 63% dos eleitores da cidade de São Paulo não votariam de jeito nenhum em um candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A rejeição a um nome vinculado ao presidente Lula (PT) é menor, mas significativa: 42%, segundo o instituto.
Os dois principais nomes da política nacional já têm apadrinhados na disputa pelo comando da capital paulista. Lula caminhará ao lado do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que tem 30% das intenções de voto neste último levantamento do Datafolha. O prefeito Ricardo Nunes (MDB), que soma 29% da preferência do eleitorado, portanto empatado tecnicamente com o líder sem-teto, terá Bolsonaro em seu palanque. O acerto se deu após negociações que envolveram o prefeito, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O Datafolha também testou o contrário, ou seja, o quanto as indicações de Lula e Bolsonaro podem beneficiar algum pré-candidato. Os índices de Lula se mostram mais favoráveis: 31% dizem que talvez votem no candidato do presidente. Outros 24% cravam que "com certeza" escolheriam o preferido do petista. No caso do ex-presidente da República, 19% dos eleitores da cidade de São Paulo estão dispostos a considerar a indicação, enquanto 17% a acatariam sem dúvidas.
Em comparação com a última pesquisa do Datafolha, realizada em agosto do ano passado, a rejeição a um nome associado a Lula ficou numericamente maior (era 37%, passou para 42%), enquanto a aderência total a uma candidatura que conte com o apoio de Bolsonaro oscilou positivamente (antes, 13% votariam no candidato dele, agora, 17%).
Ter Tarcísio no palanque afasta 44% dos paulistanos, de acordo com o Datafolha. Por outro lado, a indicação dele poderia influenciar o voto de 35% dos eleitores e ser fator decisivo para 17%, que votariam com certeza no nome apoiado pelo governador.
O apoio do vice-presidente e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), afasta o mesmo percentual de eleitores que Tarcísio. Outros 39% talvez votem no nome avalizado pelo ex-tucano e só 14% seguiriam com certeza a sua escolha. Alckmin subirá no palanque da deputada federal Tabata Amaral (PSB), que aparece com 8% de intenção de voto no levantamento.
Os apoios políticos a cada um dos pré-candidatos ainda não estão claros na cabeça de boa parte da população, mostra o Datafolha. Isso porque 54% dos eleitores acreditam que Lula vai apoiar Guilherme Boulos, mas 11% dizem que ele estará com o prefeito. E um quinto do eleitorado não sabe quem é o candidato do presidente da República.
O apoio de Bolsonaro a Ricardo Nunes é menos conhecido: 37% dizem que o ex-presidente caminhará ao lado com o prefeito. Um terço não sabe quem é o candidato do ex-presidente. E 8% acham que Bolsonaro subirá no palanque de Boulos. O apoio de Tarcísio a Nunes é conhecido por 44%. Só 11% têm conhecimento que Tabata é a candidata de Alckmin.
O Datafolha também testou a popularidade dos pré-candidatos a vice. Marta Suplicy (PT), que integra a chapa de Boulos, sai na frente com 94% de conhecimento (58% conhecem muito bem, 22% um pouco, 13% só ouviram falar e 6% não sabem quem é).
O apresentador José Luiz Datena, convidado para ser vice de Tabata, vem em seguida, conhecido por 89% (45% muito bem, 26% um pouco, 19% só de ouvir falar e 11% não conhece). O coronel Ricardo Mello Araújo e a delegada Raquel Galinatti, cotados para vice de Nunes, são conhecidos apenas por 19% e 11% dos paulistanos, respectivamente.
A pesquisa presencial foi realizada nos dias 7 e 8 deste mês e ouviu 1.090 mil pessoas da capital paulista com 16 ou mais. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.