Custo da indústria dispara e sufoca investimentos
Estudo da Fiesp mostra que, nos últimos 12 meses, os empresários só repassaram metade da alta dos custos
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2011 às 07h46.
São Paulo – Os custos de produção da indústria paulista subiram 12% no intervalo de um ano. Desse total, metade foi repassada ao preço dos produtos e o restante, absorvido pelos empresários, que diminuíram os investimentos.
A constatação é de uma pequisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) feita com 358 empresas de todos os tamanhos e divulgada com exclusividade por EXAME.com.
Para minimizar os efeitos do aumento dos custos, 68% das fábricas reduziram a margem de lucro, 59% estreitaram as despesas administrativas e 41% aumentaram os preços dos produtos, entre outras soluções ( veja quadro abaixo ).
A soma dos percentuais supera 100% porque cada empresa pode ter tomado mais de uma medida para enfrentar o problema. A propósito, sete em cada dez empresários afirmam ter sentido uma “forte pressão anormal” de aumento de custos nos últimos 12 meses.
O item mais preocupante, no entanto, é que 36% dos empresários frearam os investimentos. “É mais um dado que confirma o que temos falado nos últimos tempos. A valorização cambial facilita a importação e reduz a capacidade de crescimento da Indústria. Quando se reduz a margem, se reduz a capacidade de investimento também”, diz Paulo Skaf, presidente da Fiesp.
De uma forma geral, o impacto foi sentido pelo setor inteiro, independentemente do tamanho da empresa.
Medidas/Empresas | Pequena | Média | Grande | Total |
---|---|---|---|---|
Aumentar preços | 40% | 42% | 42% | 41% |
Diminuir margem de lucro | 68% | 68% | 65% | 68% |
Conter despesas administrativas | 58% | 62% | 50% | 59% |
Reduzir funcionários | 31% | 18% | 15% | 26% |
Diminuir investimentos | 39% | 31% | 38% | 36% |
Ganho de produtividade | 25% | 32% | 35% | 28% |
Importação de matéria-prima e componentes | 14% | 21% | 19% | 17% |
Importação de produtos acabados para revenda | 9% | 8% | 4% | 8% |
Os principais responsáveis pela alta nos custos foram as matérias-primas (82% das empresas citaram esse item) e os salários dos trabalhadores (62%).
Custos/Empresas | Pequena | Média | Grande | Total |
---|---|---|---|---|
Preços de matérias-primas | 83% | 82% | 81% | 82% |
Preços de componentes | 43% | 40% | 38% | 42% |
Custos de energia | 40% | 40% | 42% | 40% |
Salários | 64% | ¨58% | 65% | 62% |
Custo de transporte/logística | 50% | 48% | 27% | 47% |
Preços dos combustíveis | 48% | 36% | 31% | 43% |
Outros | 10% | 5% | 4% | 8% |
Segundo o estudo, o cenário para os próximos 6 meses é preocupante, pois esperam-se um aumento de 7% nos custos e um repasse de 4% para os preços.
“A indústria terá de absorver mais 3 pontos percentuais no curtíssimo prazo. Isso vai deprimir ainda mais a competitividade do setor, o que vai restringir a geração de empregos nos país. Não se pode esquecer que o Brasil tem de gerar entre 3 e 4 milhões de vagas por ano para absorver apenas os jovens que entram no mercado de trabalho todos os anos”, diz Skaf.
A pesquisa da Fiesp também levantou detalhes sobre as negociações dos empresários com fornecedores e funcionários. No primeiro caso, 38% dizem que é impossível dialogar; já a negociação com os trabalhadores é vista como inalcançável por apenas 26% dos entrevistados.
O repasse de parte dos custos industriais para o preço do produto também não é uma tarefa simples. É preciso convencer os clientes, como outras indústrias, atacadistas, varejistas etc.
Resposta das indústrias | Negociação de custo com fornecedores | Negociação de custo com funcionários | Negociação de preço com clientes |
---|---|---|---|
Quase impossível negociar, pois eles impõem todas as condições | 38% | 26% | 28% |
Existe negociação, mas é muito difícil não atender aos pedidos deles | 54% | 44% | 49% |
Existe negociação, mas, em geral, conseguimos impor nossa condição | 7% | 21% | 21% |
Não negociamos com os fornecedores, apenas informamos nossas condições | 1% | 9% | 2% |
Os dados foram coletados pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp entre os dias 4 e 26 de maio.
O porte das empresas é composto por 62% de micro e pequenas (até 99 empregados), 31% de médias (de 100 a 499 empregados) e 7% de grandes (500 ou mais empregados).
São Paulo – Os custos de produção da indústria paulista subiram 12% no intervalo de um ano. Desse total, metade foi repassada ao preço dos produtos e o restante, absorvido pelos empresários, que diminuíram os investimentos.
A constatação é de uma pequisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) feita com 358 empresas de todos os tamanhos e divulgada com exclusividade por EXAME.com.
Para minimizar os efeitos do aumento dos custos, 68% das fábricas reduziram a margem de lucro, 59% estreitaram as despesas administrativas e 41% aumentaram os preços dos produtos, entre outras soluções ( veja quadro abaixo ).
A soma dos percentuais supera 100% porque cada empresa pode ter tomado mais de uma medida para enfrentar o problema. A propósito, sete em cada dez empresários afirmam ter sentido uma “forte pressão anormal” de aumento de custos nos últimos 12 meses.
O item mais preocupante, no entanto, é que 36% dos empresários frearam os investimentos. “É mais um dado que confirma o que temos falado nos últimos tempos. A valorização cambial facilita a importação e reduz a capacidade de crescimento da Indústria. Quando se reduz a margem, se reduz a capacidade de investimento também”, diz Paulo Skaf, presidente da Fiesp.
De uma forma geral, o impacto foi sentido pelo setor inteiro, independentemente do tamanho da empresa.
Medidas/Empresas | Pequena | Média | Grande | Total |
---|---|---|---|---|
Aumentar preços | 40% | 42% | 42% | 41% |
Diminuir margem de lucro | 68% | 68% | 65% | 68% |
Conter despesas administrativas | 58% | 62% | 50% | 59% |
Reduzir funcionários | 31% | 18% | 15% | 26% |
Diminuir investimentos | 39% | 31% | 38% | 36% |
Ganho de produtividade | 25% | 32% | 35% | 28% |
Importação de matéria-prima e componentes | 14% | 21% | 19% | 17% |
Importação de produtos acabados para revenda | 9% | 8% | 4% | 8% |
Os principais responsáveis pela alta nos custos foram as matérias-primas (82% das empresas citaram esse item) e os salários dos trabalhadores (62%).
Custos/Empresas | Pequena | Média | Grande | Total |
---|---|---|---|---|
Preços de matérias-primas | 83% | 82% | 81% | 82% |
Preços de componentes | 43% | 40% | 38% | 42% |
Custos de energia | 40% | 40% | 42% | 40% |
Salários | 64% | ¨58% | 65% | 62% |
Custo de transporte/logística | 50% | 48% | 27% | 47% |
Preços dos combustíveis | 48% | 36% | 31% | 43% |
Outros | 10% | 5% | 4% | 8% |
Segundo o estudo, o cenário para os próximos 6 meses é preocupante, pois esperam-se um aumento de 7% nos custos e um repasse de 4% para os preços.
“A indústria terá de absorver mais 3 pontos percentuais no curtíssimo prazo. Isso vai deprimir ainda mais a competitividade do setor, o que vai restringir a geração de empregos nos país. Não se pode esquecer que o Brasil tem de gerar entre 3 e 4 milhões de vagas por ano para absorver apenas os jovens que entram no mercado de trabalho todos os anos”, diz Skaf.
A pesquisa da Fiesp também levantou detalhes sobre as negociações dos empresários com fornecedores e funcionários. No primeiro caso, 38% dizem que é impossível dialogar; já a negociação com os trabalhadores é vista como inalcançável por apenas 26% dos entrevistados.
O repasse de parte dos custos industriais para o preço do produto também não é uma tarefa simples. É preciso convencer os clientes, como outras indústrias, atacadistas, varejistas etc.
Resposta das indústrias | Negociação de custo com fornecedores | Negociação de custo com funcionários | Negociação de preço com clientes |
---|---|---|---|
Quase impossível negociar, pois eles impõem todas as condições | 38% | 26% | 28% |
Existe negociação, mas é muito difícil não atender aos pedidos deles | 54% | 44% | 49% |
Existe negociação, mas, em geral, conseguimos impor nossa condição | 7% | 21% | 21% |
Não negociamos com os fornecedores, apenas informamos nossas condições | 1% | 9% | 2% |
Os dados foram coletados pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp entre os dias 4 e 26 de maio.
O porte das empresas é composto por 62% de micro e pequenas (até 99 empregados), 31% de médias (de 100 a 499 empregados) e 7% de grandes (500 ou mais empregados).