Motorista aposentado José Brandão dos Santos e a mulher: “Não tenho dúvida de que a economia estável pode dar tranquilidade para comprar coisas que antes era difícil ter.” (Tânia Rêgo/ABr)
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2012 às 14h54.
Rio de Janeiro – Aparelhos de televisão de tela plana com 40 polegadas, computadores de mesa e portáteis e eletrodomésticos novos estão entre os itens encontrados na casa do motorista aposentado José Brandão dos Santos, de 57 anos, morador da Rocinha, comunidade da zona sul do Rio de Janeiro e uma das maiores favelas da América Latina.
Aposentado por problemas de saúde desde 2010, José Brandão é um exemplo dos brasileiros que tiveram crescimento de renda nos últimos anos, como mostra a Pesquisa por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pelos dados, o rendimento médio mensal do brasileiro aumentou 8,3% entre 2009 e 2011, chegando a R$ 1.345.
O aposentado disse que anos atrás era difícil pensar em alcançar todas essas conquistas. Há dois anos ele conseguiu realizar o sonho de muitos brasileiros: a casa própria. Para Santos, a estabilidade econômica do país é a grande responsável pelo aumento de poder de compra da classe trabalhadora. “Não tenho dúvida de que a economia estável pode dar tranquilidade para comprar coisas que antes era difícil ter.” Ele mora com a mulher, que trabalha como diarista e ajuda a complementar a renda familiar, e com dois filhos maiores de 18 anos.
A poucos metros dali, outro morador se mostrava entusiasmado com a elevação da renda do trabalhador brasileiro. Leandro Oliveira é gerente da filial da Rocinha de uma das maiores redes de lanchonetes do país. Ele contou que, com o aumento de renda, pôde se matricular em um curso de inglês. “Estou investindo. Nos últimos anos, muitos turistas têm vindo para cá [Rocinha], então tenho que estar preparado”, destacou.
A Pnad mostrou também que os rendimentos cresceram mais entre os mais pobres do que entre os mais ricos. Isso resultou na queda da diferença entre as duas classes populacionais, apesar de a distância ainda continuar grande.