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Com R$ 100,8 bilhões em 30 anos, RS lidera em prejuízos por extremos climáticos no Brasil

O RS lidera o levantamento entre os estados brasileiros e representa 20% dos R$ 500 bilhões de perdas de todo o Brasil

Enchentes no Rio Grande do Sul (Anselmo Cunha/AFP)
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 23 de maio de 2024 às 13h21.

Última atualização em 23 de maio de 2024 às 14h20.

O Rio Grande do Sul registrou prejuízos de R$ 100,8 bilhõesnos últimos 30 anos por eventos extremos climáticos,segundo dados do estudo realizado pelo engenheiro florestal e doutor pela Unesp, Marcos Kazmierczak, e obtido com exclusividade pela EXAME.

O estado lidera o levantamento entre as unidades da federação e representa 20% dos R$ 500 bilhões de perdas de todo o Brasil. A pesquisa não considera estimativas das chuvas deste ano. A projeção parcial de perdas com as chuvas passa de R$ 9,5 bilhões, segundo a Confederação Nacional dos Municípios.

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De acordo com o estudo, o estado teve 7.239 eventos climáticos extremos entre 1993 e 2022. São 141 eventos por ano, com 99,80% das cidades sofrendo de um a 74 eventos climáticos extremos no período. Foram 49 postos de saúde destruídos e 1.536 danificados, 125 escolas destruídas e 48.241 danificadas. O número de casas totalmente destruídas chegou a 82.953 e 422.731 danificadas.

O estudo considera como prejuízo destruição de casas e prédios e o impacto financeiros em setores da economia, como o agronegócio, agropecuária, serviços, indústria e infraestrutura pública.

A pesquisa separa os eventos extremos em quatro categorias:

A previsão do especialista é que até 2040 o número de precipitações diárias aumente na região.Kazmierczak defende que é necessário pensar na maximização dos impactos e pensar em adaptação e mitigação.

RS teve o dobro de mortes em dois anos

As mortes entre 1993 e 2022 foram de 102 por eventos climáticos extremos. Na comparação com os últimos 12 meses, considerando os megaeventos de 2023 e de abril e maio de 2024, o número de vítimas mais que dobrou e passou de 200 no período.

O levantamento utiliza dados do Centro de Estudos e Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil da Universidade de Santa Catarina. A universidade levantou todos os decretos municipais de calamidade pública emitidos entre 1993 e 2022 e o pesquisador consolidou os valores de prejuízo informado pelas administrações municipais.

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