Campanha de Bolsonaro prevê retomar projeto da Carteira Verde Amarela
Proposta que flexibiliza encargos trabalhistas já foi rejeitada pelo Congresso duas vezes
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de agosto de 2022 às 08h51.
A campanha do presidente Jair Bolsonaro promete no plano de governo para um eventual segundo mandato novas políticas para formalização dos trabalhadores e a redução da taxa de informalidade, ainda na casa de 40% da força de trabalho, de acordo com pesquisas do IBGE. Um dos focos é o trabalhador por aplicativo e do setor rural.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, já antecipou que o projeto da Carteira Verde Amarela (proposta que flexibiliza encargos trabalhistas) será retomado no caso de uma vitória de Bolsonaro nas eleições de outubro. O governo fez duas tentativas de implementar a carteira Verde Amarela, mas a proposta foi rejeitada pelo Congresso.
Além da carteira Verde Amarela, o governo também vai retomar na campanha a promessa de uma desoneração da folha de salários mais ampla, com a redução de encargos cobrados sobre os salários dos funcionários - promessa da campanha de 2018 que também não foi para frente. Essa é uma cobrança dos empresários que apoiam o presidente nas eleições deste ano, principalmente do setor de serviços.
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Tebet
Já a campanha da senadora Simone Tebet (MDB) avalia como positivos os resultados da reforma trabalhista aprovada em 2017 e não pretende revê-la. Para Fernando Veloso, que faz parte da equipe econômica da candidata, a reforma deu mais flexibilidade às relações de trabalho, garantindo segurança jurídica ao teletrabalho - amplamente adotado durante a pandemia - e reduzindo os processos judiciais.
Veloso afirma que a equipe de Tebet planeja ainda uma desoneração da folha de pagamentos na faixa de um salário mínimo para tentar estimular a formalização. Isso seria feito reduzindo a contribuição previdenciária dos trabalhadores e dos empregadores. Ainda não foi definida, no entanto, qual seria a nova alíquota.
Outra proposta dos economistas de Tebet é que o governo deposite em contas individuais um valor de até 15% do rendimento dos trabalhadores formais e informais de baixa renda. Esse recurso seria aplicado em títulos do Tesouro e poderia ser sacado em determinados momentos - quando houvesse uma queda súbita dos rendimentos do trabalhador, por exemplo. Também ainda não há definição em relação à origem desses recursos e ao teto de renda dos possíveis beneficiários do programa.
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Ciro
Em entrevista dada em abril ao portal UOL, o candidato Ciro Gomes (PDT) prometeu revogar a reforma trabalhista de 2017. Seu programa de governo afirma que o pedetista pretende redigir um novo Código Brasileiro do Trabalho, com as "mais modernas práticas de proteção internacionais e as Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT)". Diz também que pretende regulamentar os direitos de trabalhadores por aplicativos. Procurada para dar mais detalhes sobre as propostas a equipe econômica do candidato do PDT não respondeu até a conclusão desta edição.
Debate termina com convergência de ideias para comércio exterior
Em debate organizado ontem pelo Instituto Brasileiro de Comércio Internacional e Investimentos (IBCI) e pela Câmara Internacional de Comércio (ICC) em parceria com o Demarest Advogados, José Guilherme Almeida Reis, assessor econômico e de comércio internacional da campanha de Simone Tebet, e Bruno Moretti, assessor econômico da bancada do PT no Senado, convergiram na defesa de propostas para a área de comércio internacional, como a busca de novos acordos comerciais e a redução de custos de produção.
As campanhas do presidente Jair Bolsonaro e de Ciro Gomes também foram convidadas, mas não enviaram representantes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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