Câmara de SP cria cargos que custam quase R$ 1 milhão ao ano
Câmara de vereadores vai criar três novos cargos de coordenação de liderança partidária, já que três partidos elegeram representantes pela primeira vez
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 11h50.
São Paulo - Em meio ao plano de corte de gastos com servidores e serviços, a Câmara Municipal de São Paulo decidiu criar três cargos novos de coordenador de liderança partidária que vão custar R$ 986.848,00 por ano aos cofres públicos.
Com salário de cerca de R$ 20 mil mensais, os cargos de liderança serão ocupados por funcionários comissionados indicados por três partidos que não tinham e passaram a ter vereadores na atual Legislatura: PTN, PSC e Novo.
Todos as siglas possuem apenas um parlamentar eleito e mesmo assim contarão com a estrutura de gabinete de liderança. Autora do projeto, que já foi aprovado em primeira votação, a Mesa Diretoria alega que é preciso garantir "isonomia" entre as bancadas partidárias. A segunda e última votação deve ocorrer semana que vem.
A estrutura de assessoramento dos gabinetes de liderança partidária e do governo foi criada por uma lei aprovada em 2003. "Contudo, com o passar dos anos e a criação de novos partidos políticos, verificou-se que a quantidade de cargos de coordenador de liderança trazida pela lei é insuficiente para contemplar todos os partidos políticos com representatividade nesta Casa", afirma a Mesa.
De acordo com o Legislativo, com as eleições municipais de 2016, 18 partidos passaram a ter assento na Câmara, além da liderança de governo, e a legislação atual dispõe de somente 16 cargos de coordenador de liderança.
"Assim sendo, três lideranças não seriam contempladas com um coordenador, o que não pode vir a acontecer, haja vista que todos os partidos políticos devem contar com aparato para que funcionem adequadamente, de modo a que tenham sua representatividade preservada", argumenta.
Economia
Ainda de acordo com a Câmara, o impacto financeiro total da criação dos três cargos, de quase R$ 1 milhão por ano, corresponde a 0,0022% da receita líquida estimada para este ano.
O presidente da Casa, Milton Leite (DEM), sustenta que os novos cargos não comprometem a meta de economizar R$ 100 milhões neste ano com o plano de corte de gastos na Casa.
As ações anunciadas por ele incluem aposentadoria compulsória de servidores com mais de 75 anos de idade, extinção dos chamados supersalários que extrapolam o teto legal, programa de demissão voluntária (PDV) e redução de 15% nos valores dos contratos de serviços da Câmara.