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Brasília avaliará crise de refugiados venezuelanos

Haverá, segundo o ministério, averiguação in loco das condições da região de Pacaraima, cidade mais próxima à fronteira


	Fronteira: o número de pedidos de refúgio feitos por venezuelanos este ano já supera os cinco anos anteriores somados
 (Reuters / Manuel Hernandez)

Fronteira: o número de pedidos de refúgio feitos por venezuelanos este ano já supera os cinco anos anteriores somados (Reuters / Manuel Hernandez)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2016 às 12h06.

Pacaraima, Roraima e Brasília - Preocupado com o aumento da entrada de venezuelanos no Brasil por Roraima, em razão da crise na Venezuela, o governo brasileiro marcou para segunda-feira, 17, no Palácio do Planalto, uma reunião para avaliar a situação.

Coordenada pela Casa Civil, a reunião contará com representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, da Defesa, do Gabinete de Segurança Institucional, da Justiça e da Agência Brasileira de Inteligência.

O número de pedidos de refúgio feitos por venezuelanos este ano já supera os cinco anos anteriores somados. Apenas em 2016, foram 1.805 solicitações, contra 1.096 entre 2010 e 2015, segundo informou o Ministério da Justiça e Cidadania.

"No total da imigração venezuelana, sabe-se que o número de entradas supera o de saídas, em uma tendência que começou a crescer a partir de janeiro de 2016. Não é possível afirmar, entretanto, ser essa uma tendência definitiva, no entanto é inegável que a situação pode se acentuar", afirmou, em nota, o órgão.

O ministério afirmou, ainda, que acompanha com atenção a situação na fronteira, descrita por autoridades locais de Roraima como uma crise humana. Segundo a assessoria do ministro Alexandre de Moraes, "a situação da Venezuela tem induzido em aumento do movimento migratório. A questão não está restrita apenas ao refúgio, mas está ligada a uma onda migratória com viés econômico".

Haverá, segundo o ministério, averiguação in loco das condições da região de Pacaraima, cidade mais próxima à fronteira, por parte do próprio MJC, Polícia Federal, Ministério das Relações Exteriores e Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur). Após as visitas, os órgãos tentarão articular em conjunto soluções para a crise.

Por seu lado, o Ministério da Integração Nacional informou que "a atuação da Defesa Civil Nacional é complementar às ações dos Estados e municípios.

Para receber apoio federal, o prefeito ou o governador do Estado ou do Distrito Federal deve decretar situação de emergência ou estado de calamidade pública". "O próximo passo é solicitar reconhecimento federal à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil para análise.

Com o reconhecimento publicado no Diário Oficial da União, o Estado ou município pode solicitar recursos. Até o momento, a equipe técnica do Ministério da Integração Nacional não recebeu solicitações sobre o assunto", diz a nota.

A governadora de Roraima, Suely Campos (PP), assinará na segunda-feira o decreto que cria um gabinete de emergência estadual para tratar da crise, segundo informação obtida pelo Estado.

A ideia da criação do gabinete, envolvendo todas as secretarias estaduais em uma frente conjunta para tentar minimizar o problema, ganhou corpo ao longo da semana. A minuta do texto que será ratificado por Suely - que teve como base um decreto utilizado pelo Acre em 2013, quando Rio Branco enfrentou uma crise semelhante com refugiados haitianos - foi concluída na quarta-feira.

Roraima chegou perto de decretar estado de emergência motivado pela situação dos venezuelanos, mas o governo havia recuado por temer que a criação de estruturas formais de acolhimento acabassem aumentando o fluxo de pessoas pela fronteira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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