Brasil pode escapar dos seus "clichês de samba", diz FT
Artigo do jornal britânico conclui que "trajetória deprimente" do país nos últimos anos pode levar a uma visão mais realista do país no exterior
João Pedro Caleiro
Publicado em 2 de novembro de 2013 às 17h34.
São Paulo - O Brasil voltou a ser assunto no Financial Times . Em artigo de opinião assinado por John Paul Rathbone e publicado no final da tarde de ontem, o jornal britânico cria um paralelo entre a ascensão e queda dos negócios de Eike Batista e a euforia da era Lula seguida de crescimento baixo.
Chamando o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva de "o mais bem-sucedido político do seu tempo por quase qualquer critério", o texto nota que o Brasil conquistou maior protagonismo internacional e avanços sociais, mas que "grande parte da 'nova classe média' permanece, na realidade, apenas a um contracheque de distância da pobreza."
O FT diz que impulsionados por anos de liquidez internacional e boom das commodities, Eike e Lula eram dois lados de uma mesma moeda. O país, segundo ele, vive agora um momento de "perda de rumo", mas que pode ter consequências positivas.
"O desapontamento pode pelo menos libertar o Brasil da prisão de seus muitos clichês (samba, praias, dinheiro, diversão!) com os quais Lula e o Sr. Batista frequentemente brincaram e que o mundo tão ansiosamente comprou", conclui.
Como evidências de uma nova visão mais realista do Brasil, John Paul destaca o impacto limitado da falência de Eike, o tamanho e potencial da economia brasileira e a estabilidade do país mesmo com "uma vizinhança difícil", citando a Venezuela, Argentina e Bolívia.
São Paulo - O Brasil voltou a ser assunto no Financial Times . Em artigo de opinião assinado por John Paul Rathbone e publicado no final da tarde de ontem, o jornal britânico cria um paralelo entre a ascensão e queda dos negócios de Eike Batista e a euforia da era Lula seguida de crescimento baixo.
Chamando o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva de "o mais bem-sucedido político do seu tempo por quase qualquer critério", o texto nota que o Brasil conquistou maior protagonismo internacional e avanços sociais, mas que "grande parte da 'nova classe média' permanece, na realidade, apenas a um contracheque de distância da pobreza."
O FT diz que impulsionados por anos de liquidez internacional e boom das commodities, Eike e Lula eram dois lados de uma mesma moeda. O país, segundo ele, vive agora um momento de "perda de rumo", mas que pode ter consequências positivas.
"O desapontamento pode pelo menos libertar o Brasil da prisão de seus muitos clichês (samba, praias, dinheiro, diversão!) com os quais Lula e o Sr. Batista frequentemente brincaram e que o mundo tão ansiosamente comprou", conclui.
Como evidências de uma nova visão mais realista do Brasil, John Paul destaca o impacto limitado da falência de Eike, o tamanho e potencial da economia brasileira e a estabilidade do país mesmo com "uma vizinhança difícil", citando a Venezuela, Argentina e Bolívia.