Bolsonaro: Vou decidir se tomo vacina após último brasileiro ser vacinado
Ao longo da pandemia, presidente disse diversas vezes que não tomaria o imunizante, mas recentemente mudou de discurso e admitiu a possibilidade de ser vacinado
Reuters
Publicado em 1 de abril de 2021 às 20h16.
Última atualização em 1 de abril de 2021 às 20h35.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que decidirá sobre tomar ou não a vacina contra a Covid-19 apenas depois que "o último brasileiro for vacinado", acrescentando que a posição se trata de um "exemplo que o chefe tem que dar".
Ao longo da pandemia, que já matou mais de 325 mil pessoas no Brasil, Bolsonaro disse diversas vezes que não tomaria o imunizante, mas recentemente mudou de discurso e admitiu a possibilidade de ser vacinado.
"Depois que o último brasileiro for vacinado, se estiver sobrando uma vacina, eu vou decidir se me vacino ou não, esse é o exemplo que chefe tem que dar, igual no quartel", disse Bolsonaro em transmissão semanal ao vivo em redes sociais, acrescentando que já teve Covid no ano passado.
O presidente fez a promessa de ampliar o ritmo de vacinação no país. "Pretendemos ao longo dos próximos dias aplicar um milhão de doses por dia no Brasil", disse o chefe do Planalto, em live transmitida pelas redes sociais.
Desde o início da vacinação no fim de janeiro, foram 17,6 milhões de pessoas vacinadas, 8,32% do total da população brasileira. Mesmo com o número muito aquém do tamanho da população brasileiro de 211,8 milhões de habitantes, o presidente voltou a repetir que o País está entre os melhores no ranking da imunização no mundo. "O Brasil está entre os 10 países em números absolutos em que mais se aplica a vacina", disse.
A meta de vacinar um milhão de brasileiros por dia já foi feita pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na semana passada. Ela depende, no entanto, mais da chegada das doses do que a capacidade da rede pública. Em 2019, por exemplo, foram vacinadas 5,5 milhões de pessoas contra a gripe no "dia D", feito em maio. Já em 2010, a campanha de vacinação contra a H1N1 vacinou 81 milhões de pessoas em 3 meses.
A expectativa do Ministério da Saúde é receber 38 milhões de unidades de imunizantes contra a covid-19 no mês que vem.