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Bolsonaro vai depor à PF assim que tiver acesso à investigação, diz advogado do ex-presidente

Ao longo da manhã desta quarta, agentes da PF realizam buscas na casa de Bolsonaro em um condomínio residencial de Brasília

Bolsonaro: PF investiga suposta falsificação no cartão de vacinação. (Jair Bolsonaro/ Facebook/Reprodução)

Publicado em 3 de maio de 2023 às 13h39.

O advogado Fabio Wajngarten, que atua defesa de Jair Bolsonaro (PL), disse no início da tarde desta quarta-feira, 3, que o ex-presidente vai prestar depoimento à Polícia Federal assim que tiver acesso à investigação da Operação Venire, que investiga a suposta adulteração de cartões de vacinação do ex-chefe do Executivo e de sua filha Laura. "Os autos estão com o ministro Alexandre de Moraes e já entramos com pedido para ter acesso", afirmou.

A afirmação é um certo recuo a uma decisão tomada pelo grupo político de Bolsonaro em reunião com presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, de que o ex-presidente não iria depor, apurada mais cedo pelo Estadão/Broadcast.

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Pela manhã, em entrevista a jornalistas Bolsonaro disse que não tomou vacina contra a covid-19 e que estava "surpreso" com a operação da Polícia Federal. Ele teve a casa revistada pelos policiais federais em cumprimento a um mandado de busca e apreensão.

"O objetivo de busca foi o cartão de vacina. Eu não tomei vacina. Foi uma decisão minha depois de ler a bula da Pfizer. O cartão da minha esposa também foi fotografado. Ela tomou nos Estados Unidos, da Janssen. Minha filha Laura também não tomou. Eu fico surpreso [com a investigação]. Não tenho mais nada o que falar", disse o ex-presidente em frente a sua residência em Brasília, logo depois de saída da PF do local.

Ao longo da manhã desta quarta, agentes da PF realizam buscas na casa de Bolsonaro em um condomínio residencial de Brasília. Otenente-coronel Mauro Cid Barbosa , ajudante de ordens durante o governo de Jair Bolsonaro, foi preso.

O que é a operação Venire da Polícia Federal?

A operação, autorizada pelo ministroAlexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, faz parte do inquérito das "milícias digitais" que tramitam no Congresso. Batizada Venire, a ofensiva cumpre mais cinco mandados de prisão preventiva e vasculha 16 endereços em Brasília e no Rio de Janeiro.
Segundo a PF, as inserções falsas sob suspeita se deram, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, e "tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários".

A corporação indica que, com a alteração, foi possível a emissão de certificados de vacinação com seu respectivo uso para burla de restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos em meio à pandemia.

"A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19", indica a PF.

A ofensiva aberta nesta quarta mira supostos crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

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