Bolsonaro no TSE: o que o ex-presidente já falou sobre o julgamento que pode torná-lo inelegível
Corte julga ação sobre reunião com embaixadores em que houve acusações falsas ao processo eleitoral
Agência de notícias
Publicado em 27 de junho de 2023 às 08h53.
Última atualização em 27 de junho de 2023 às 08h53.
Desde que passou a ser alvo de uma ação que pode torná-lo inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro deu uma série de declarações sobre o assunto, passando pela descrença sobre ter seus direitos políticos cassados, por reclamações sobre estar sendo injustiçado e, mais recentemente, flertando com a aceitação de um possível desfecho negativo aos seus planos de concorrer ao cargo novamente em 2026.
O TSE volta a se reunir nesta quinta-feira para julgar o processo que pode determinar a inelegibilidade do ex-presidente. O colegiado vai analisar uma ação movida pelo PDT por questionamentos feitos pelo ex-mandatário ao processo eleitoral, sem apresentar provas, em uma reunião com embaixadores realizada em julho de 2022.
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Confira as principais falas de Bolsonaro sobre a possibilidade de ficar inelegível:
14 de março
Ainda nos Estados Unidos, ele reconheceu a possibilidade de ficar fora de eleições por oito anos. "Infelizmente, em alguns casos no Brasil você não precisa ter culpa para ser condenado. Então existe essa possibilidade de inelegibilidade, sim. A questão de prisão, só se for uma arbitrariedade".
30 de março
Em entrevista à Jovem Pan, disse que não considerava a hipótese de avanço do processo. "O advogado do partido está tratando desse assunto. Eu não vejo materialidade em nada. A ação mais forte contra mim é uma reunião com embaixadores em meados do ano passado. Por quê? A política para tratar com embaixadores é prerrogativa minha. Não vejo motivo para me julgar inelegível por isso".
14 de junho
Às vésperas do julgamento, Bolsonaro disse estar preparado para “aconteça o que acontecer". Na ocasião, ele participou do evento de filiação do ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga ao PL. "A gente sabe como é a política brasileira, e já sabemos também como é a Justiça aqui no Brasil. Então a gente se prepara para que aconteça o que acontecer, a gente se prepara para buscar alternativas. Acredito em Deus, acredito neste país".
21 de junho
Na véspera do julgamento, o ex-presidente expressou um tom de desânimo e reconheceu que as chances de ser condenado são grandes. "Hoje em dia, é quase uma unanimidade que vou perder a ação. Essa é uma verdade", disse à CNN Brasil.
22 de junho
No dia seguinte, chamou de “afronta” a possibilidade de ficar inelegível. "Na minha idade, eu gostaria de continuar 100% ativo na política. Tirando os seus direitos políticos, que, ao meu ver, é uma afronta, você perde um pouquinho desse gás", afirmou à Folha de S. Paulo.
23 de junho
Na sexta-feira, em Porto Alegre, Bolsonaro afirmou que não quer perder os direitos políticos e levantou a hipótese de se candidatar novamente. "Lógico que eu não quero perder meus direitos políticos. Até eu falei outro dia, né: estou pensando em ser candidato a vereador no Rio de Janeiro. Qual o problema? Não há demérito nenhum. Até vou me sentir jovem, porque geralmente a vereança é para a garotada, para os mais jovens, é o primeiro degrau da política. Em 2026, se estiver vivo até lá, e também elegível, se essa for a vontade do povo, a gente vai. Disputo novamente a presidência".
25 de junho
No domingo, Bolsonaro chamou o julgamento de "politiqueiro", mas ponderou que um possível resultado negativo "não será o fim do mundo. "É um julgamento politiqueiro, não era nem para ter sido recepcionada a ação. Por ter me reunido com embaixadores. É brincadeira. E tem uma jurisprudência de 2017, julgamento da chapa Dilma-Temer, que simplesmente deixou de existir agora para esse julgamento meu. Então, a gente vai ver o que acontece, eu não vou adiantar o resultado aqui, mas não será o fim do mundo", afirmou à Rádio Bandeirantes.
26 de junho
Na segunda-feira, o ex-presidente afirmou ser "injusto" alegar que ele atacou a democracia ao reunir embaixadores em Brasília para deslegitimar o processo eleitoral brasileiro.
"É justo cassar os direitos políticos de alguém que se reuniu com embaixadores? Não é justo falar "atacou a democracia". Ninguém é insubstituível. O que acontece no momento é que tem muita gente aqui, muito mais competente do que eu, mas não tem o conhecimento nacional que eu tenho. E eu consegui o carinho de uma parte considerável da população", disse.