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Bolívia é uma 'ditadura disfarçada', diz senador

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço, disse que a Bolívia vive uma "ditadura disfarçada"

Ricardo Ferraço, da Comissão de Relações Exteriores do Senado: Ferraço disse que o governo da Bolívia "tem a justiça em suas mãos" (Wilson Dias/ABr/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2013 às 13h02.

Brasília - O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço, que colaborou na operação de fuga do senador boliviano Roger Pinto para o Brasil, afirmou nesta quinta-feira que a Bolívia vive uma "ditadura disfarçada".

Ferraço disse hoje aos correspondentes estrangeiros que o presidente boliviano, Evo Morales , é o "maior responsável" pela forma como ocorreu a saída de Roger Pinto da embaixada brasileira em La Paz, na qual estava refugiado desde 28 de maio de 2012.

No entanto, também assegurou que parte da "responsabilidade" é do governo brasileiro, que foi "indiferente" com o caso.

Apesar da concessão de asilo diplomático em junho de 2012, Roger Pinto não podia viajar ao Brasil pela falta de um salvo-conduto do governo da Bolívia, que se negava a concedê-lo porque o senador responde a vários processos por corrupção e já foi condenado a um ano de prisão em um deles.

Ferraço disse que o governo da Bolívia "tem a justiça em suas mãos" e que o país vive "uma ditadura disfarçada".

Ao não conceder o salvo-conduto para o senador refugiado, "Morales não respeitou o asilo concedido" pelo Brasil, que por sua vez foi "indolente" ao deixar que o "asilo se transformasse em uma prisão", afirmou Ferraço, que no último sábado foi até Corumbá, no Mato Grosso do Sul e próxima da fronteira com a Bolívia, para receber o senador boliviano.

Ferraço afirmou que foi o encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz, Eduardo Saboia, quem decidiu levar Roger Pinto para o Brasil e que foi avisado por esse funcionário no sábado passado, quando o senador já estava a caminho de Corumbá.


Roger Pinto chegou a Corumbá em um carro oficial da embaixada, escoltado por dois fuzileiros navais, que, segundo Ferraço, lhe "entregaram" o senador boliviano.

Ferraço admitiu que não informou a Chancelaria nem o governo brasileiro sobre essa "operação", mas disse que o fez porque tanto um, quanto o outro, foram "omissos" no caso do senador Roger Pinto.

Segundo Ferraço, o governo Dilma "se curvou" perante o de Morales por interesses "ideológicos", e não pressionou em favor do salvo-conduto para o senador boliviano que estava refugiado na embaixada como "perseguido político".

Apesar das críticas, Ferraço é do PMDB, o principal partido da coalizão que apoia o governo, mas explicou que sua maior responsabilidade é com seus "eleitores" e não com o governo.

Segundo Ferraço, tanto ele como o encarregado de negócios em La Paz tiveram uma "atitude de solidariedade humana" com uma pessoa que estava "presa" na embaixada, tinha caído em "depressão" depois de mais de um ano recluso e "começava a falar em suicídio".

O político peemedebista assegurou que, na embaixada, Roger Pinto não tinha direito a visitas, estava incomunicável e nem sequer "via o sol". Admitiu que essas condições foram estabelecidas pelo Brasil, algo que, segundo ele, ocorreu em "cumplicidade" com o governo da Bolívia.


"O governo brasileiro impôs essas restrições e contribuiu para que o asilo fosse uma prisão", disse o parlamentar.

Segundo Ferraço, a "indiferença" do Brasil e a "intransigência" do governo boliviano levaram a uma "solução heterodoxa" para o caso do senador Roger Pinto.

Sobre a saída de Antonio Patriota por causa do conflito causado com a Bolívia pelo caso Roger Pinto, Ferraço declarou que seria "uma covardia culpá-lo" por esse incidente.

"Patriota agiu orientado por seu governo, mas lhe faltou vibração e indignação" frente à situação de Roger Pinto, assegurou.

O governo boliviano pediu que o Brasil "devolva" o senador e hoje anunciou em La Paz que a Procuradoria Geral solicitou à Interpol sua "captura" e "entrega".

O senador Pinto, por sua parte, apresentou um pedido de asilo às autoridades da Comissão Nacional de Refugiados (Conare), um órgão vinculado ao Ministério da Justiça.

Nesse sentido, Ferraço disse que recebeu "informações" não confirmadas que o asilo "seria concedido" e que Roger Pinto se estabeleceria no estado do Acre, que faz fronteira com a Bolívia.

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Brasília - O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço, que colaborou na operação de fuga do senador boliviano Roger Pinto para o Brasil, afirmou nesta quinta-feira que a Bolívia vive uma "ditadura disfarçada".

Ferraço disse hoje aos correspondentes estrangeiros que o presidente boliviano, Evo Morales , é o "maior responsável" pela forma como ocorreu a saída de Roger Pinto da embaixada brasileira em La Paz, na qual estava refugiado desde 28 de maio de 2012.

No entanto, também assegurou que parte da "responsabilidade" é do governo brasileiro, que foi "indiferente" com o caso.

Apesar da concessão de asilo diplomático em junho de 2012, Roger Pinto não podia viajar ao Brasil pela falta de um salvo-conduto do governo da Bolívia, que se negava a concedê-lo porque o senador responde a vários processos por corrupção e já foi condenado a um ano de prisão em um deles.

Ferraço disse que o governo da Bolívia "tem a justiça em suas mãos" e que o país vive "uma ditadura disfarçada".

Ao não conceder o salvo-conduto para o senador refugiado, "Morales não respeitou o asilo concedido" pelo Brasil, que por sua vez foi "indolente" ao deixar que o "asilo se transformasse em uma prisão", afirmou Ferraço, que no último sábado foi até Corumbá, no Mato Grosso do Sul e próxima da fronteira com a Bolívia, para receber o senador boliviano.

Ferraço afirmou que foi o encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz, Eduardo Saboia, quem decidiu levar Roger Pinto para o Brasil e que foi avisado por esse funcionário no sábado passado, quando o senador já estava a caminho de Corumbá.


Roger Pinto chegou a Corumbá em um carro oficial da embaixada, escoltado por dois fuzileiros navais, que, segundo Ferraço, lhe "entregaram" o senador boliviano.

Ferraço admitiu que não informou a Chancelaria nem o governo brasileiro sobre essa "operação", mas disse que o fez porque tanto um, quanto o outro, foram "omissos" no caso do senador Roger Pinto.

Segundo Ferraço, o governo Dilma "se curvou" perante o de Morales por interesses "ideológicos", e não pressionou em favor do salvo-conduto para o senador boliviano que estava refugiado na embaixada como "perseguido político".

Apesar das críticas, Ferraço é do PMDB, o principal partido da coalizão que apoia o governo, mas explicou que sua maior responsabilidade é com seus "eleitores" e não com o governo.

Segundo Ferraço, tanto ele como o encarregado de negócios em La Paz tiveram uma "atitude de solidariedade humana" com uma pessoa que estava "presa" na embaixada, tinha caído em "depressão" depois de mais de um ano recluso e "começava a falar em suicídio".

O político peemedebista assegurou que, na embaixada, Roger Pinto não tinha direito a visitas, estava incomunicável e nem sequer "via o sol". Admitiu que essas condições foram estabelecidas pelo Brasil, algo que, segundo ele, ocorreu em "cumplicidade" com o governo da Bolívia.


"O governo brasileiro impôs essas restrições e contribuiu para que o asilo fosse uma prisão", disse o parlamentar.

Segundo Ferraço, a "indiferença" do Brasil e a "intransigência" do governo boliviano levaram a uma "solução heterodoxa" para o caso do senador Roger Pinto.

Sobre a saída de Antonio Patriota por causa do conflito causado com a Bolívia pelo caso Roger Pinto, Ferraço declarou que seria "uma covardia culpá-lo" por esse incidente.

"Patriota agiu orientado por seu governo, mas lhe faltou vibração e indignação" frente à situação de Roger Pinto, assegurou.

O governo boliviano pediu que o Brasil "devolva" o senador e hoje anunciou em La Paz que a Procuradoria Geral solicitou à Interpol sua "captura" e "entrega".

O senador Pinto, por sua parte, apresentou um pedido de asilo às autoridades da Comissão Nacional de Refugiados (Conare), um órgão vinculado ao Ministério da Justiça.

Nesse sentido, Ferraço disse que recebeu "informações" não confirmadas que o asilo "seria concedido" e que Roger Pinto se estabeleceria no estado do Acre, que faz fronteira com a Bolívia.

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