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Base governista impede na CCJ votação de PEC das eleições diretas

Proposta estabelece eleições diretas no País no caso de vacância da Presidência da República

CCJ: de autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), a PEC propõe eleições diretas, exceto nos seis últimos meses do mandato (Cleia Viana/Agência Câmara)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de novembro de 2017 às 14h50.

Brasília - Mais uma vez, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) não conseguiu votar a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece eleições diretas no País no caso de vacância da Presidência da República. Desde maio a oposição tenta votar a proposta, mas há seis meses encontra resistência da base governista.

De autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), a PEC propõe eleições diretas, exceto nos seis últimos meses do mandato.

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A PEC ganhou força após a divulgação do conteúdo da delação premiada do empresário Joesley Batista, da JBS.

Diante das denúncias apresentadas pela Procuradoria Geral da República (PGR) e da fragilidade política do governo Michel Temer, os partidos da base governistas manobraram para evitar o andamento da PEC.

Na manhã desta quarta-feira, 29, DEM, PMDB e PHS ficaram isolados na tarefa de obstruir os trabalhos, mas juntos atingiram o objetivo de impedir a votação.

Coube ao deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) apresentar requerimentos para leitura da ata da sessão anterior, de retirada da PEC da pauta e exigir votação nominal dos pedidos apresentados.

"Entendo que este não é um aperfeiçoamento da Constituição. É uma mudança apenas para instituir a instabilidade (política)", pregou na sessão.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) destacou que a PEC garante o exercício da soberania popular. "O que a gente defende aqui é que essa PEC seja admitida ainda este ano. Seria bom para o País", afirmou.

O texto teve como primeiro relator do deputado Esperidião Amin (PP-SC), que deixou a CCJ na época da votação da primeira denúncia contra Temer por votar a favor da abertura de investigação contra o presidente da República.

Fora da CCJ, Amin foi substituído na relatoria por Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que também votou contra Temer nas duas denúncias, mas conseguiu permanecer na comissão.

A PEC deve voltar a ser apreciada na próxima semana, já que a oposição manifestou o desejo de obstruir os trabalhos da comissão até que a admissibilidade da PEC seja votada. Se aprovada na CCJ, o mérito será discutido em uma comissão especial.

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