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Barroso: Falta de testes em supercomputador causou atraso nos resultados

Ministro afirmou que a máquina demorou a chegar no TSE, devido à pandemia do novo coronavírus, o que diminuiu o tempo de testagens

Luís Roberto Barroso. (Foto/Wikimedia Commons)
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Alessandra Azevedo

Publicado em 16 de novembro de 2020 às 20h41.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, explicou nesta segunda-feira, 16, que o motivo para o atraso na divulgação dos resultados das eleições de 2020 foi a falta de testes no supercomputador usado para totalizar os votos. No domingo, 15, a suspeita era de que a demora se devia a um problema em um dos oito processadores do equipamento. Embora a falha tenha ocorrido, o que travou o sistema foi a falta de "costume" da inteligência artificial ao volume de dados.

Foi a primeira vez que o TSE totalizou os votos de forma centralizada. Nas eleições anteriores, as contagens eram feitas pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Por recomendação de segurança feita pela Polícia Federal, o sistema foi centralizado para o TSE a partir deste ano. O problema é que o supercomputador, que foi reservado pelo TSE em março, chegou apenas em agosto, devido à pandemia do novo coronavírus. Com isso, o tempo para adaptação do sistema foi menor do que o esperado.

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A demora, segundo Barroso, "impediu que nele se realizassem os testes prévios, com reprodução do exato ambiente das eleições". O sistema usado no supercomputador aprende a lidar com informações conforme elas são recebidas. Para que funcionasse 100%, era preciso fazer uma série de testes antes das eleições, e algumas etapas não puderam ser presenciais, por conta da covid-19. "A pandemia trouxe dificuldade de interação humana, o que acarretou complexidade a todo o processo”, afirmou Barroso.

Ontem, a Tecnologia da Informação tinha o diagnóstico de que o problema era falha no processador, que efetivamente ocorreu. As análises subsequentes demonstraram que, embora aquele problema tivesse ocorrido, a causa real era a outra

Luís Roberto Barroso, presidente do TSE

 

"Em razão das limitações nos testes previstos, no dia da eleição, a inteligência artificial demorou a realizar o aprendizado para processar no volume e intensidade que os dados chegavam", disse o ministro. "Inclusive, (a divulgação dos resultados) demorou o tempo que demorou, em torno de duas horas, porque num primeiro momento se imaginava que fosse deficiência no processador, depois vericou-se que não era lá, e sim problema na capacidade de absorção pela inteligência artificial", disse o ministro.

Balanço positivo

Mesmo com o atraso de mais de duas horas na divulgação dos resultados, o TSE trabalhou muito bem, na visão de Barroso. "Conseguimos fazer eleições com grande sucesso, em meio a uma pandemia", comemorou. Ele disse que o TSE estava preocupado com a possibilidade de abstenção "elevadíssima" ou de "debandada dos mesários", mas nenhuma das duas situações aconteceu. O índice de abstenção foi de 23,14%.

"Apesar da chateação que tivemos, conseguimos divulgar o resultado final nas eleições no mesmo dia em que elas se realizaram. Isso é extraordinário. Uma eleição que teve mais de 110 milhões de eleitores, resultado divulgado na mesma noite", comentou. Barroso ressaltou que " não há risco de fraude no sistema eleitoral " e que os resultados "tiveram a mais absoluta integridade".

 

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