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Autoridades da Índia prendem oito suspeitos de envolvimento no estupro de brasileira

Pela manhã, todos os suspeitos tinham sido reconhecidos pelos investigadores

Suspeitos de envolvimento no estupro coletivo de brasileira foram presos pela polícia indiana (AFP)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 5 de março de 2024 às 15h37.

Última atualização em 5 de março de 2024 às 15h50.

Autoridades da Índia prenderam oito suspeitos de envolvimento no estupro coletivo de uma turista brasileira que viajava de moto pelo país com seu marido, segundo fontes do Itamaraty. Mais cedo, todos os suspeitos tinham sido reconhecidos pelas autoridades.

O crime aconteceu na noite de sexta-feira no leste da Índia, no distrito de Dumka, no estado de Jharkhand, onde Fernanda e o marido, Vicente, estavam acampados.

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O ataque

Fernanda, que compartilha nas redes sociais as aventuras ao lado do esposo, o espanhol Vicente, contou que estavam na estrada, a caminho do Nepal, quando decidiram parar para acampar durante a noite. Fernanda afirmou que foi estuprada por sete homens, além de ter sido roubada e espancada.

Em outra postagem, Vicente mostrou cortes que sofreu nos lábios e pontos em volta da boca. O espanhol relatou que também foi brutalmente atacado pelos agressores, que o atingiram repetidamente na cabeça, com um capacete e uma pedra.

Histórico de violência sexual

O caso colocou o histórico assustador de violência sexual na Índia sob os holofotes. O país é considerado um dos piores em termos de violência sexual contra mulheres e teve quase 90 estupros denunciados por dia em 2022, de acordo com o escritório nacional de registros criminais.

No entanto, há uma subnotificação. Muitos ataques não são denunciados, seja por vergonha devido ao estigma, seja pela falta de confiança no trabalho das autoridades. As condenações raramente são emitidas e muitos casos acabam estagnados no saturado sistema judicial do país.

Em 2012, o caso de uma jovem que foi vítima de um estupro coletivo e depois assassinada ganhou as manchetes em todo o mundo. Jyoti Singh, uma estudante de psicoterapia de 23 anos, foi estuprada e abandonada, dada como morta, por cinco homens e um adolescente em um ônibus em Nova Délhi. Na época, o caso trouxe à tona os altos níveis de violência sexual na Índia, com semanas de protestos e uma mudança na legislação para punir o crime de estupro com a pena de morte.

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