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Atraso deixa 31 trens novos do Metrô de São Paulo parados

O problema é que os trens adquiridos são mais modernos do que os trilhos, que não estão preparados para operar com o sistema CTBC

Obra da Linha 5 do metrô, em São Paulo: imprevistos no projeto (Germano Lüders / EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2015 às 09h14.

São Paulo - O atraso do governo estadual para concluir obras de duas linhas de Metrô e para instalar o novo sistema de controle de trens que reduziria o intervalo entre eles tem mantido parados 31 novas composições da empresa.

Na Linha 5-Lilás, quinze estão no Pátio Capão Redondo, na zona sul de São Paulo - uma já foi pichada.

Todos os 31 trens paralisados têm a tecnologia CBTC (sigla em inglês para Controle de Trens Baseado em Comunicação). O sistema é importante para reduzir o intervalo entre as composições e, assim, diminuir a superlotação.

Na linha 15-Lilás, o primeiro trem está pronto para ser usado desde outubro de 2013. Mas ele só deve entrar em operação em dezembro, com a garantia de fábrica de dois anos vencida.

Outras quatro composições circularão com tempo menor de garantia. O problema é que os trens adquiridos são mais modernos do que os trilhos, que não estão preparados para operar com o sistema CTBC.

A incompatibilidade impede, por exemplo, o uso imediato das composições no trecho entre Capão Redondo e Adolfo Pinheiro, da Linha 5-Lilás, o que traria mais conforto aos usuários.

O CBTC é um sistema em que os trens são comandados por computador. Os sistemas sabem onde estão cada um dos trens da linha e qual a velocidade que eles estão desenvolvendo. Assim, é possível reduzir a distância entre cada composição - e aumentar a quantidade de trens na linha.

O sistema atual, analógico, chamado ATO, controla a distância entre os trens dividindo a linha em vários setores. Quando um trem está em um setor, não é possível que outro trem entre, garantindo a distância segura entre eles, mas reduzindo a quantidade de composições que podem rodar simultaneamente em uma linha. Ao todo, o Metrô comprou para a Linha 5-Lilás 26 composições modernas - com o CTBC - por R$ 615 milhões.

Já no monotrilho da Linha 15-Prata são mais 16 trens sem uso no pátio da Estação Oratório. Ali, o problema principal é o atraso das obras de engenharia. Prevista para ser entregue em 2014, a linhas começou a operar na semana passada, interligando a Vila Prudente ao Oratório, na zona leste. Ainda não há data para a conclusão da linha.

Na Linha 5-Lilás, a entrega das obras de extensão foi adiada quatro vezes - ela estava prevista para este ano. Em março, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu a conclusão dela em 2017.

Segundo o Metrô, atrasos da Bombardier, empresa responsável pela modernização da via, barram o uso dos novos trens. O prazo para conclusão era novembro de 2014. A Bombardier informou, por nota, que negocia dezembro deste ano como nova data de entrega.

Para especialistas, os vagões parados têm "custo social", já que o governo pagou para que eles fossem usados na operação comercial. Os engenheiros afirmam que, sem o sistema CBTC, os vagões não podem ser testados na integralidade. O Metrô nega e diz que os equipamentos passam por todos os testes.

Social

"O prejuízo maior é o social, de investir e não ter o retorno da funcionalidade. Se vai colocar um dinheiro desse montante, é esperado um retorno. Esse valor poderia estar rendendo em outra coisa e agora está deteriorando", disse o mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), Sérgio Ejzenberg.

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São Paulo - O atraso do governo estadual para concluir obras de duas linhas de Metrô e para instalar o novo sistema de controle de trens que reduziria o intervalo entre eles tem mantido parados 31 novas composições da empresa.

Na Linha 5-Lilás, quinze estão no Pátio Capão Redondo, na zona sul de São Paulo - uma já foi pichada.

Todos os 31 trens paralisados têm a tecnologia CBTC (sigla em inglês para Controle de Trens Baseado em Comunicação). O sistema é importante para reduzir o intervalo entre as composições e, assim, diminuir a superlotação.

Na linha 15-Lilás, o primeiro trem está pronto para ser usado desde outubro de 2013. Mas ele só deve entrar em operação em dezembro, com a garantia de fábrica de dois anos vencida.

Outras quatro composições circularão com tempo menor de garantia. O problema é que os trens adquiridos são mais modernos do que os trilhos, que não estão preparados para operar com o sistema CTBC.

A incompatibilidade impede, por exemplo, o uso imediato das composições no trecho entre Capão Redondo e Adolfo Pinheiro, da Linha 5-Lilás, o que traria mais conforto aos usuários.

O CBTC é um sistema em que os trens são comandados por computador. Os sistemas sabem onde estão cada um dos trens da linha e qual a velocidade que eles estão desenvolvendo. Assim, é possível reduzir a distância entre cada composição - e aumentar a quantidade de trens na linha.

O sistema atual, analógico, chamado ATO, controla a distância entre os trens dividindo a linha em vários setores. Quando um trem está em um setor, não é possível que outro trem entre, garantindo a distância segura entre eles, mas reduzindo a quantidade de composições que podem rodar simultaneamente em uma linha. Ao todo, o Metrô comprou para a Linha 5-Lilás 26 composições modernas - com o CTBC - por R$ 615 milhões.

Já no monotrilho da Linha 15-Prata são mais 16 trens sem uso no pátio da Estação Oratório. Ali, o problema principal é o atraso das obras de engenharia. Prevista para ser entregue em 2014, a linhas começou a operar na semana passada, interligando a Vila Prudente ao Oratório, na zona leste. Ainda não há data para a conclusão da linha.

Na Linha 5-Lilás, a entrega das obras de extensão foi adiada quatro vezes - ela estava prevista para este ano. Em março, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu a conclusão dela em 2017.

Segundo o Metrô, atrasos da Bombardier, empresa responsável pela modernização da via, barram o uso dos novos trens. O prazo para conclusão era novembro de 2014. A Bombardier informou, por nota, que negocia dezembro deste ano como nova data de entrega.

Para especialistas, os vagões parados têm "custo social", já que o governo pagou para que eles fossem usados na operação comercial. Os engenheiros afirmam que, sem o sistema CBTC, os vagões não podem ser testados na integralidade. O Metrô nega e diz que os equipamentos passam por todos os testes.

Social

"O prejuízo maior é o social, de investir e não ter o retorno da funcionalidade. Se vai colocar um dinheiro desse montante, é esperado um retorno. Esse valor poderia estar rendendo em outra coisa e agora está deteriorando", disse o mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), Sérgio Ejzenberg.

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